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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 1 de julho de 2025 às 14:29
Um fenômeno inusitado está movimentando o universo da música digital. A banda Velvet Sundown, que surgiu do nada e já acumula mais de 500 mil ouvintes mensais no Spotify, pode ser uma criação totalmente artificial. Apesar de se apresentar como um quarteto alternativo com identidade própria, investigações feitas por internautas e plataformas revelam: não há qualquer prova de que o grupo realmente exista. >
Os suspeitos começaram a surgir quando curiosos buscaram mais informações sobre os integrantes: Gabe Farrow, Lennie West e Orion “Rio” Del Mar e descobriram que não havia registros reais, nem fotos fora das redes sociais da própria banda. No Instagram, por exemplo, as imagens dos músicos parecem geradas por inteligência artificial, e não mostram evidências de shows, bastidores ou interações reais.>
A plataforma Deezer também confirmou que parte das músicas do Velvet Sundown foram criadas com IA, emitindo alertas nas faixas: “Conteúdo gerado por inteligência artificial”.>
Velvet Sundown: a banda feita por IA
Os dois álbuns lançados pelo grupo no dia 5 de junho, “Dust and Silence” e “Floating on Echoes”, somam 26 faixas e já foram elogiados por fãs desavisados nas redes. Em um dos comentários, um seguidor chegou a dizer: “A música de vocês é incrível, continuem assim!”.>
Autodefinindo-se como uma mistura de alt-pop cinematográfico com soul "analógico dos sonhos", o Velvet Sundown ainda tentou reforçar a identidade visual com uma releitura digital da clássica capa dos Beatles na Abbey Road, usando, claro, os integrantes fictícios.>
A estratégia funcionou: em tempo recorde, a banda explodiu em audiência e levantou questionamentos sobre os limites da IA na indústria fonográfica.>
Enquanto isso, nomes conhecidos como o produtor Timbaland já apostam em talentos criados por algoritmos. Ele, inclusive, lançou recentemente uma artista digital chamada TaTa em sua nova gravadora.>
O caso Velvet Sundown reacende o debate: "arte" feita por IA continua sendo arte? Estamos prontos para consumir esse tipo de conteúdo feito artificialmente? E o mais importante: será que saberemos identificar?>