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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 3 de julho de 2025 às 16:06
O Saia Justa da última terça-feira (02), exibido no GNT, promoveu um debate intenso e necessário sobre a violência contra a mulher. Na roda de conversa, Eliana, Juliette, Bela Gil e Erika Januza receberam a jornalista Ana Paula Araújo, que está lançando o livro “Agressão”. Um dos momentos mais marcantes da edição foi quando Eliana trouxe à tona o caso da brasileira Juliana Marins, que morreu recentemente ao cair durante uma trilha em um vulcão na Indonésia.>
Eliana lamentou profundamente não apenas a tragédia, mas o julgamento cruel que Juliana sofreu nas redes sociais após sua morte. “O abandono também foi uma forma de violência”, afirmou a apresentadora, ao destacar a omissão de socorro no momento do acidente. Ana Paula Araújo concordou: “O que aconteceu com a Juliana foi um descaso absurdo. Ela foi deixada sozinha. E depois veio uma segunda violência, os comentários condenando a vítima, perguntando por que ela estava sozinha.”>
A discussão evidenciou o padrão recorrente de culpabilizar mulheres pelas violências que sofrem. “Como a liberdade de uma mulher incomoda”, desabafou Eliana. “Vi críticas partindo até de outras mulheres sobre uma jovem de 27 anos que só queria realizar um sonho e se aventurar. E se aventurar é uma das coisas mais deliciosas da vida, para quem pode.”>
Ana Paula reforçou o ponto, explicando que o abandono sofrido por Juliana representa mais um dos diversos tipos de violência enfrentados pelas mulheres, muitas vezes invisibilizados. “Sempre tem alguém para perguntar: ‘Mas por que ela foi lá?’, ‘Por que estava com essa roupa?’, ‘Por que não saiu daquele relacionamento?’ Como se a responsabilidade recaísse sobre quem sofreu”, pontuou a jornalista.>
Eliana encerrou a reflexão com um recado direto às mulheres que a acompanham: “Acreditem, a culpa nunca é da vítima. A culpa é do agressor. Repito isso há anos e não vou parar.”>