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Escândalo envolvendo camarote no Morumbis leva conselheiros a pedir afastamento do presidente do São Paulo

Áudios revelam suposto esquema de venda irregular de ingressos e colocam Júlio Casares no centro da crise política no clube

  • Foto do(a) author(a) Pedro Carreiro
  • Pedro Carreiro

Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 15:49

Morumbis, estádio do São Paulo
Morumbis, estádio do São Paulo Crédito: Diviulgação/São Paulo

Um suposto esquema de venda irregular de ingressos em um camarote do estádio do Morumbis provocou forte abalo político no São Paulo Futebol Clube e pode resultar no afastamento do presidente Júlio Casares. Na tarde desta segunda-feira (15), um grupo de conselheiros protocolou um pedido formal para que o mandatário seja afastado do cargo. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornalista André Hernan.

O caso veio à tona após a publicação de áudios pelo site ge.globo, nos quais dirigentes do clube aparecem discutindo a exploração comercial indevida de um camarote durante shows realizados no início de 2025. As gravações envolvem Douglas Schwartzmann, diretor adjunto das categorias de base, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos do São Paulo, além de ex-esposa do presidente.

Júlio Casares, presidente do São Paulo por Divulgação/São Paulo

Os dois teriam repassado de forma irregular o direito de uso do camarote conhecido como “3A” — localizado ao lado do espaço da presidência do clube — a uma intermediária, com fins comerciais. O espaço teria sido cedido por Márcio Carlomagno, atual CEO do São Paulo e nome apontado como possível candidato à presidência na eleição de 2026. O episódio ocorreu durante o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro deste ano no Morumbis.

O caso é investigado a partir de um processo que tramita na 3ª Vara Cível do Foro Regional IX, em Vila Prudente. Na ação, a empresária Rita de Cássia Adriana Prado afirma que recebeu de Schwartzmann e Mara Casares a autorização para explorar comercialmente o camarote, o que teria rendido mais de R$ 130 mil com a venda de ingressos, alguns comercializados por valores superiores a R$ 2 mil.

Léo Pereira, do Flamengo por Divulgação/CAP e Reprodução/Instagram

A denúncia ganhou novos contornos após Rita acionar a Justiça contra outra empresária, Carolina Lima Cassemiro. De acordo com o processo, Carolina teria retirado sem autorização um envelope com cerca de 60 ingressos do show. Rita afirma ter vendido os bilhetes por R$ 132 mil, mas recebido apenas R$ 100 mil, o que motivou a retenção do material. Além da ação cível, foi registrado um boletim de ocorrência na 34ª Delegacia de Polícia, no bairro do Morumbi.

Com o avanço do processo judicial e o registro policial, os áudios indicam que Schwartzmann e Mara teriam pressionado Rita para que ela desistisse da ação, temendo que o esquema se tornasse público. Em um dos trechos divulgados, Schwartzmann admite que a negociação ocorreu de forma clandestina e afirma que todos os envolvidos tinham ciência da irregularidade, reconhecendo que houve lucro financeiro para mais de uma parte.

Flamengo - R$ 5.096 bilhões por Reprodução

As gravações teriam ocorrido pouco antes da sequência de shows realizados no Morumbis entre setembro e novembro, período em que o São Paulo precisou mandar partidas do Campeonato Brasileiro na Vila Belmiro.

Diante da repercussão, o grupo político Movimento Salve o Tricolor Paulista, formado por conselheiros do clube, protocolou o pedido de afastamento de Júlio Casares. No documento, os conselheiros afirmam estar “consternados” com os fatos divulgados e ressaltam que os envolvidos ocupavam cargos estratégicos na estrutura administrativa do São Paulo, além da proximidade física do camarote com a sala da presidência.

Em nota oficial, o São Paulo Futebol Clube informou que tomou conhecimento do conteúdo dos áudios pela imprensa e que irá apurar os fatos. O clube também confirmou que Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus respectivos cargos enquanto o caso é analisado.

Tags:

são Paulo