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Pedro Carreiro
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 18:07
Mais do que um simples estádio, o Estádio Manoel Barradas, o Barradão, representa uma virada de chave na história do Esporte Clube Vitória. Inaugurado em 11 de novembro de 1986, o estádio construindo sobre um aterro sanitario é simbolo de identidade, orgulho e conquistas que redefiniram o clube dentro e fora de campo. Com 39 anos de existencia, o Barradão segue sendo o maior patrimonio do clube. >
Barradão
Projetado pelo arquiteto Lev Smarcevsky durante a gestão de José Rocha, o Barradão nasceu de um sonho audacioso: dar ao Vitória uma casa própria, moderna e imponente. O nome homenageia Manoel Barradas, deputado estadual e conselheiro do clube, cuja articulação junto ao então governador João Durval foi decisiva para a viabilização da obra.>
No dia 11 de novembro de 1986, após um investimento de mais de 46 milhões de cruzados, o estádio foi inaugurado como parte do Complexo Esportivo da Toca do Leão. A partida inaugural terminou empatada em 1x1 contra o Santos. O baiano Dino marcou o primeiro gol do estádio, para o time paulista, e Heider, de pênalti, fez o primeiro gol do Vitória em sua nova casa.>
Nos primeiros anos, o Barradão teve pouca utilização. Somente em 1991, após uma reforma avaliada em 100 milhões de cruzeiros e uma nova reinauguração, o estádio passou a receber jogos com mais frequência, novamente com um empate por 1x1, dessa vez contra o Olimpia-PAR. Ainda assim, havia restrições devido à ausência de iluminação adequada, o que impedia a realização de partidas noturnas.>
A primeira partida oficial do estádio aconteceu também em 1991, quando o Vitória goleou o Serrano por 4x0, pelo Campeonato Baiano. Três anos depois, em 1994, com a instalação do sistema de iluminação e a ampliação da estrutura, o Barradão foi definitivamente habilitado para jogos noturnos. A partir de 1995, consolidou-se como o verdadeiro caldeirão rubro-negro, símbolo da virada histórica do clube e de uma nova era de conquistas.>
Atualmente, com capacidade para cerca de 30 mil torcedores, o Barradão integra o Complexo Benedito Dourado da Luz, que ocupa uma área de 300 mil metros quadrados. O local abriga também o Centro de Treinamento Manoel Pontes Tanajura, a Academia do Leão e duas concentrações, uma para o elenco profissional e outra para as categorias de base e o time feminino.>
Em quase quatro décadas, o Vitória disputou 934 jogos em seu estádio, conquistando 539 vitórias, 217 empates e 186 derrotas. Foram 1.821 gols marcados e 946 sofridos, números que traduzem a força do Barradão como diferencial competitivo. Dos 36 títulos da história rubro-negra, 25 foram conquistados após a inauguração do estádio, praticamente triplicando o total obtido nos 87 anos anteriores.>
Torcida do Vitória
Grande parte dessas conquistas foi celebrada diante da torcida, no próprio Barradão. O Vitória ergueu 14 títulos do Campeonato Baiano (1995, 1996, 1997, 1999, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2008, 2009, 2010 e 2013), além da Copa do Nordeste de 2003 e da Série B de 2023, disputada em pontos corridos. Em decisões realizadas em seu estádio, o clube só perdeu o título em sete oportunidades.>
O recorde de público foi registrado em 7 de maio de 2000, quando 51.200 torcedores assistiram à vitória por 2x0 sobre o Juazeiro. Entre os maiores artilheiros do estádio, o ídolo Neto Baiano lidera com 53 gols, seguido por Ramon Menezes (44), Allan Dellon (40), Índio (34) e Fernando e Marquinhos (32 cada).>
Em 29 de abril de 2009, na vitória por 3x0 sobre o Atlético Mineiro, Neto Baiano também marcou o milésimo gol do Vitória no Barradão. Já o jogo de número 500 foi disputado em 30 de outubro de 2010, quando o Leão venceu o Vasco por 4x2, pelo Brasileirão.>
O estádio também foi palco de goleadas históricas. Quatro vitórias por 7x0 dividem o posto de maiores placares do Barradão: contra Colo Colo (2007), Atlético de Alagoinhas (2007), Poções (2009) e Camaçari (2009).>
Ao completar 39 anos de fundação, o Barradão segue sendo muito mais que um estádio: é o coração pulsante do Esporte Clube Vitória, testemunha de sua ascensão e guardião das glórias que moldaram a alma rubro-negra.>