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Para esquecer: 20 anos da queda de Bahia e Vitória para a Série C

Em 2005, Libertadores e permanência na Série A estavam longe dos cenários vividos pela dupla Ba-Vi

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Alan Pinheiro

Publicado em 27 de dezembro de 2025 às 05:00

Bahia caiu na última rodada após perder para o Paulista de Jundiaí
Bahia caiu na última rodada após perder para o Paulista de Jundiaí Crédito: Arquivo CORREIO

Em 2026, Bahia e Vitória estarão juntos na primeira divisão pelo terceiro ano seguido. A permanência da dupla baiana no Campeonato Brasileiro pode significar uma consolidação do futebol da Bahia na elite, principalmente com as recentes classificações para competições internacionais. A 20 anos atrás, no entanto, os torcedores tricolores e rubro-negros não compartilhavam da mesma alegria ao final do ano de 2005, já que ambos os times terminaram a temporada caindo para a terceira divisão.

Naquela época, a segunda divisão tinha 22 times e a competição era dividida em duas fases – similar ao atual formato da Série C. Com isso, a primeira fase do torneio era composta por 21 rodadas. Apesar de não ocuparem as últimas posições da tabela, a dupla Ba-Vi chegou à última rodada com chances de rebaixamento. O Vitória estava em 14º, com 26 pontos, enquanto o Bahia ocupava a 16ª posição, com 25 pontos.

"Um futebol de terceira" foi a capa do caderno de esportes do Correio no dia 11 de setembro de 2005 por Alan Pinheiro/CORREIO

“A Bahia esportiva está de luto. Ela bem que se uniu em torno das duas principais equipes do estado, porém Bahia e Vitória protagonizaram ontem o maior vexame de suas histórias. Apresentando times medíocres, não tiveram competência para se manter na Série B e no ano que vem disputarão o tradicional Ba-Vi na terceira divisão”, destacou a edição do CORREIO seguinte aos jogos.

Esquadrão abatido

Antes da bola rolar entre Tricolor e o Paulista, que à época era o atual campeão da Copa do Brasil, o clima no Fazendão era de decisão. Quem perdesse acabaria na terceira divisão, enquanto um empate poderia reservar a queda para as duas equipes. O incentivo da diretoria para os jogadores foi um bicho de R$ 210 mil a ser pago em caso de permanência.

O Esquadrão, treinado por Procópio Cardoso, entrou em campo com: Emerson. Marcus Vinicius, Reginaldo, Pereira e Luciano Amaral; Luiz Alberto, Cícero, Magno e Rodriguinho; Dill e Jales. A equipe, no entanto, não foi o suficiente para impedir a queda, já que foi derrotada por 3x2 em Jundiaí. Em nenhum momento do confronto o Bahia demonstrou um desempenho que fizesse os torcedores alimentarem uma esperança de não cair.

Relembre como foi a queda de Bahia e Vitória para a Série C em 2005 por Alan Pinheiro/CORREIO

“Afinal, a equipe tricolor que precisava vencer, não entrou no gramado do Estádio Jaime Cintra para evitar a degola e sim para confirmar a sua queda. Isto porque jogou extremamente acanhada, sobretudo no primeiro tempo, atuando quase sempre na defesa”, escreveu o CORREIO na edição do dia 11 de setembro de 2005.

O clima após o rebaixamento era de tristeza, seja por parte dos torcedores ou dos próprios jogadores. Muitos ficaram no gramado mais de 30 minutos após o final da partida. Emocionado, o goleiro Emerson foi um desses que deixou o campo emocionado. “Todos vocês sabem que aprendi a amar o Bahia e sinceramente não queria o time nessa situação”, disse.

Já decidido a deixar o Bahia independente do resultado, Procópio Cardoso minimizou a culpa dos atletas no rebaixamento e citou dois pontos cruciais para explicar a queda: falta de estrutura e planejamento errado. O treinador criticou os gramados do Fazendão e ainda pontuou que os cinco técnicos que passaram pelo Esquadrão em 2005 foram mais determinantes do que a qualidade do elenco.

Êxtase interrompido

Com a decisão da permanência reservada para o Barradão, bastava fazer o dever de casa e vencer a Portuguesa. A diretoria do clube, sabendo da necessidade de apoio, fez promoções para a partida com a intenção de encher o estádio e aumentar a pressão para o adversário, que já estava garantido na próxima fase da competição. Para os atletas, prometeu uma premiação em dinheiro para que o elenco dividisse.

Um empate deixaria o Leão à mercê de uma combinação de resultados. E foi exatamente o que aconteceu, com seis gols apenas no primeiro tempo. Treinados por Renê Simões, o time foi a campo com: Felipe; Edilson, Itamar, Zé Roberto e Fininho; Jairo, Vinícius, Donizete Amorim e Leandro Domingues; Leonardo e Alecsandro.

A Portuguesa abriu 2x0, o Vitória igualou o placar, viu a Lusa sair na frente novamente e saiu para o intervalo deixando tudo igual pela segunda e última vez. Nem os últimos 45 minutos foram necessários para impedir o resultado de terminar em 3x3. “As mudanças súbitas no placar deixaram atônito o torcedor. Como confiar na máquina que marcou 35 gols no campeonato quando parte da engrenagem deixou que outros mesmos 35 passassem pela porteira aberta?”, escreveu o CORREIO.

Relembre como foi a queda de Bahia e Vitória para a Série C em 2005 por Alan Pinheiro/CORREIO

Com o ponto somado e o rival já rebaixado neste momento, restou a todos os envolvidos aguardar o fim das outras partidas. O sorriso já estava estampado no rosto de alguns torcedores, principalmente com o Criciúma vencendo o CRB. No entanto, a equipe alagoana virou a partida nos últimos cinco minutos e decretou a queda do Rubro-negro, que soube do rebaixamento dentro do vestiário.

O técnico Renê Simões ficou revoltado com a situação. De acordo com o treinador, ele foi informado de que um empate bastaria para confirmar a permanência. Com essa informação, o comandante rubro-negro desistiu de tirar um zagueiro do time para deixar a equipe mais ofensiva.

Os bastidores do Leão pegaram fogo com as atitudes do então presidente do Vitória S/A, Paulo Carneiro. O dirigente partiu para cima de jogadores e de jornalistas que estavam presentes no Barradão. Com o goleiro Felipe, ofendeu o jogador com comentários de cunho racista e acusou o atleta de receber dinheiro para entregar o jogo. O goleiro e sua esposa – também ofendida no Barradão – prestaram queixa contra o dirigente, que deixou o clube no dia seguinte.