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Alan Pinheiro
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 07:00
A aproximação do verão costuma acender um gatilho conhecido: a corrida repentina para “compensar” meses de sedentarismo e descuido alimentar. O movimento já é percebido por profissionais de saúde e atividade física, que observam a chegada de alunos determinados a intensificar treinos e dietas de maneira brusca, um comportamento que, segundo especialistas, traz mais riscos do que resultados.>
“Todos os anos, quando o calor chega, há um aumento expressivo de pessoas tentando recuperar em poucas semanas aquilo que não foi cuidado durante o ano inteiro. Esse tipo de mudança radical no treino é perigoso, porque o corpo não está preparado”, alerta o personal trainer Anderson Moraes. Ele explica que o aumento repentino de cargas e volume de exercícios é uma das principais portas de entrada para lesões, inflamações e até episódios de fadiga extrema.>
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Segundo o profissional, há ainda um componente emocional que intensifica esse quadro. “A comparação e a pressa fazem com que muitos ultrapassem limites básicos de segurança. O resultado é o oposto do desejado: em vez de evolução, surge dor, afastamento dos treinos e frustração”, reforça Moraes.>
A pressa por resultados também se reflete na alimentação, outro ponto que desperta preocupação entre nutricionistas. Claudia Laskanski, nutricionista clínica, observa que dietas restritivas e estratégias de emagrecimento acelerado voltam a circular com força nesta época do ano.>
“A ideia de ‘secar rápido para o verão’ leva muitas pessoas a adotarem comportamentos alimentares extremos, como cortar grupos inteiros de alimentos, treinar em jejum sem orientação ou usar recursos que prometem resultados imediatos. Esses excessos podem comprometer o metabolismo, diminuir a imunidade e criar ciclos de compulsão”, explica Laskanski.>
Beber água é fundamental
O alerta dos especialistas reforça a necessidade de transformar o ímpeto do verão em oportunidade de criar hábitos permanentes. “Mais importante do que uma estética de temporada é construir saúde para o ano todo”, resume Anderson Moraes.>
Claudia Laskanski concorda e completa: “Quando a motivação é apenas o verão, a pessoa entra em ciclos de excesso e culpa. Quando a motivação é saúde, o processo se torna leve, contínuo e realmente transformador”.>