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Carol Neves
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 12:43
A Justiça de São Paulo concedeu uma redução de 69 dias na pena do ex-jogador Robinho, que cumpre nove anos de prisão por violência sexual em grupo contra uma mulher albanesa em uma boate de Milão, em 2013. >
A diminuição foi publicada no Diário de Justiça em 28 de outubro e ocorreu após o ex-atleta participar de atividades educacionais e de leitura. Entre 9 de abril de 2024 e 22 de janeiro de 2025, Robinho realizou 11 cursos, totalizando 132 horas, segundo informação do colunista Rogério Gentile. Além disso, completou 464 horas de aulas do ensino médio entre julho e dezembro de 2024 e leu cinco livros - os títulos não foram divulgados.>
O benefício está previsto no artigo 126 da Lei de Execução Penal e na Resolução nº 391/2021 do Conselho Nacional de Justiça, que permitem o abatimento de pena por estudo e leitura.>
Robinho
“Faço tudo igual aos outros reeducandos”>
Preso na penitenciária Dr. José Augusto Salgado, conhecida como Tremembé II, no Vale do Paraíba (SP), Robinho divide o espaço com outros condenados de casos de grande repercussão.>
Em um vídeo recente divulgado pelo Conselho da Comunidade de Taubaté, o ex-jogador negou qualquer tipo de privilégio.>
“Minha alimentação, o horário que eu durmo. É tudo igual a todos os outros reeducandos. Nunca comi nenhuma comida diferente, nunca tive nenhum tratamento diferente”, afirmou. “Faço tudo aquilo que os outros reeducandos também têm possibilidade de fazer, que é a oportunidade do trabalho, da leitura de um livro e, de vez em quando, quando queremos jogar um futebol, é liberado quando não tem trabalho no dia de domingo.”
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Condenação confirmada no Brasil>
Robinho, que construiu carreira no Santos, Real Madrid, Milan e na Seleção Brasileira, foi condenado definitivamente pela Justiça italiana em 2022. O STJ homologou a sentença em março de 2024, permitindo que a pena fosse cumprida no Brasil — decisão confirmada pelo STF meses depois.>
A investigação concluiu que o ex-jogador e outros cinco homens estupraram uma jovem embriagada. As provas incluíram interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça italiana, que confirmaram a participação de Robinho no crime.>
Durante o processo, ele negou o estupro. Disse ter mantido relação sexual com a vítima, mas de forma consensual e apenas com ele. Em entrevista à Record TV, reforçou a versão: “Fizemos sexo oral e trocamos beijos. Estávamos ali com o consentimento dela. Ela estava consciente, em nenhum momento gritou ou pediu para parar. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa.”>