Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Defesa abandona fórum e julgamento de acusados de matar cantora gospel Sara Freitas é suspenso

Ex-marido e outros dois réus respondem por feminicídio

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 12:42

A cantora gospel Sara Mariano
A cantora gospel Sara Mariano Crédito: Reprodução

O júri popular dos três acusados pelo homicídio da cantora gospel Sara Freitas não ocorreu como previsto nesta terça-feira (25). A sessão, que aconteceria mais de dois anos após o crime, foi suspensa e ainda não tem nova data marcada.

A interrupção aconteceu após os advogados dos réus deixarem o plenário. A defesa alegou que o Fórum Desembargador Gerson Pereira dos Santos, em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, não oferece condições adequadas para a realização do julgamento. Dezenas de pessoas estiveram em frente ao fórum para acompanhar o julgamento do caso que teve repercussão nacional. 

Sara Freitas e Ederlan Mariano por Reprodução

Depois de se retirar, a equipe jurídica solicitou que o caso seja transferido para o Fórum Ruy Barbosa, na capital baiana. Procurado, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) ainda não comentou o caso.

Em entrevista coletiva após a suspensão do julgamento, o advogado que representa os réus, Otto Lopes, ressaltou que a defesa permanece a mesma.

"A defesa continua no caso. A defesa apenas abandonou o plenário diante da falta de estrutura para o julgamento no dia de hoje. Um processo que deve durar de dois a três dias, mais de dez advogados constituídos, e não tem nem uma bancada defensiva. O próprio [representante do] Ministério Público tem que ficar de pé ao lado de onde os jurados sentariam", detalhou o advogado. 

No banco dos réus estariam o ex-marido da cantora, Ederlan Santos Mariano, apontado como mandante do crime, além de Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque, e Victor Gabriel Oliveira Neves. Todos responderão pelos crimes de feminicídio executado por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar a defesa da vítima, de ocultação de cadáver e associação criminosa.

O advogado da família de Sara Freitas, Rogério Matos, comentou o abandono da outra parte. "Foi despendida toda uma estrutura para que o julgamento fosse feito e isso tudo foi frustrado. Eu não enxergo nada além de medo de enfrentar o problema e ter seus clientes devidamente condenados após o plenário do júri", disse à TV Bahia. 

O crime

Sara Freitas foi morta com mais de 20 golpes de faca e teve o corpo carbonizado. A cantora foi encontrada morta no dia 27 de outubro de 2023, às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila. Antes disso, ela ficou desaparecida por quatro dias.

De acordo com as investigações, Ederlan Mariano teria encomendado a morte da então companheira, com quem teve uma filha. Ederlan e Sara viviam uma relação abusiva, com a cantora sendo vítima de violência emocional. A filha do casal está sob cuidado da família paterna. Weslen Pablo, o bispo Zadoque, foi quem esfaqueou a vítima, enquanto ela era segurada por Victor Gabriel.

Além dos três que serão julgados a partir de terça-feira (25), um outro homem foi condenado pela participação no crime. Trata-se de Gideão Duarte de Lima, responsável por atrair a cantora até o local onde ela foi emboscada e assassinada.

Ele foi condenado em abril deste ano a 20 anos, 4 meses e 20 dias de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.

O julgamento de Gideão Duarte foi realizado individualmente e durou cerca de 12 horas. Por isso, a expectativa é que o julgamento dos outros réus não seja finalizado no primeiro dia. Os três apresentaram recursos após as denúncias e estão presos preventivamente. Eles admitiram ter dividido R$ 2 mil, valor dado por Ederlan Mariano para executar o crime.