Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2024 às 22:02
O equívoco da polícia em relação à identificação do corpo que seria da professora Ariane Roma dos Santos não muda em nada os indiciamentos do ex-marido dela, identificado como Joilson da Conceição Xavier. É o que explica o delegado José Neri, coordenador da 5ª Coorpin de Valença. >
Segundo o delegado, o homem está preso por feminicídio, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma de fogo, sequestro e cárcere privado. Ele segue detido no Conjunto Penal de Valença.>
Mesmo sem a localização da professora, Neri acredita que Ariane esteja morta, já que há provas de que o ex-marido a assassinou. >
“De acordo com as provas que nós obtivemos, é muito difícil Ariane estar viva. Tem filmagens dela entrando no carro dele no dia em que sumiu, ele falou no interrogatório que a pegou naquele dia, que ela mantinha encontros semanais com ele, mesmo ele morando com outra pessoa. Nós temos outros tipos de provas, como as testemunhais, documentais e declarações de parentes”, disse.>
Segundo apontado pela família de Ariane nas redes sociais, a professora da rede municipal de ensino da cidade de Camamu, onde reside, foi vista pela última vez no dia 25 de junho, por volta das 15h. A mulher é mãe de um menino com transtorno do espectro autista (TEA), de cinco anos. >
Além disso, o delegado afirmou que a polícia ouviu informalmente pessoas para quem o ex-marido de Ariane contou sobre o assassinato, e que “essas pessoas não podem ser ouvidas nos autos, porque ele manda matar”.>
Um dia após confirmar que um corpo desmembrado localizado na região de Vera Cruz era de Ariane, a polícia voltou atrás e disse que o cadáver é, na verdade, de outra mulher, que estava desaparecida desde o último dia 19.>
O delegado afirmou que a família de Ariane tem acesso a cada passo da investigação. Ainda na terça-feira (30), porém, membros da família da professora já haviam afirmado através das redes sociais que não foram consultados no processo de reconhecimento do corpo, e que continuariam "buscando e aguardando respostas". >
"Não participamos do reconhecimento e não fomos chamados até o momento. Então não tem como dizer que é Ariane", disse uma familiar ao CORREIO, antes da atualização. Nesta quarta-feira (31), ela disse à reportagem que a polícia entrou em contato com a família, que está muito angustiada com a situação, segundo a mulher.>
De acordo com Neri, a polícia acreditou que o corpo fosse de Ariane porque, no processo de identificação, utilizou uma cadela que fareja pessoas e o animal constatou que o autor esteve naquele local. >
“Isso foi descartado no exame papiloscópico, que é o exame de impressões digitais. Mas, nós vamos continuar as buscas para ver se conseguimos encontrar o corpo”.>