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De luta contra abusos do clero a benção a casais gays: as mudanças da era Francisco

Pontífice argentino ficou 12 anos à frente da Igreja Católica

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 21 de abril de 2025 às 10:52

Papa Francisco
Papa Francisco Crédito: Richard Juilliart/Shutterstock

Uma Igreja marcada pelo rosto do Francisco. O argentino Jorge Bergoglio foi eleito o 266º Papa da Igreja Católica no dia 13 de março de 2013, primeiro pontífice latino-americano. Também foi o primeiro a adotar o nome de Francisco, em homenagem ao santo de Assis. Em 12 anos de papado, Francisco lutou por mudanças dentro da Igreja Católica, reconhecendo os abusos do clero e discutindo temas polêmicos, com um olhar pastoral baseado no acolhimento e na simplicidade. Aos 88 anos, o pontífice morreu nesta segunda-feira (21).

Confira abaixo mudanças promovidas por Francisco nos últimos anos:

Luta contra os abusos do clero

Em 2019, no sexto ano como papa, Francisco estabeleceu normas exigindo que a Igreja Católica ouvisse às pessoas que acusavam religiosos de abuso sexual. O pontífice, aliás, destituiu o cardeal norte-americano Theodore McCarrick, acusado de abusos sexuais contra ao menos um adolescente há quase meio século.

Investigação

Francisco abriu uma investigação sobre o Banco do Vaticano, que era alvo de corrupção e lavagem de dinheiro há anos.

Busca por equidade de gênero

O papa argentino nomeou a freira francesa Nathalie Becquart para um cargo de destaque no Dicastério para os bispos, a primeira mulher a ocupar tal cargo dentro da Igreja. A decisão foi baseada na vontade do papa de promover "uma maior participação das mulheres nos processos de discernimento e decisão eclesial", explicou o cardeal Mario Grech, secretário-geral do sínodo, em entrevista aos meios de comunicação do Vaticano. Francisco também permitiu que mulheres votassem no Sínodo dos Bispos, reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.

Meio ambiente

Francisco colocou as questões climáticas no topo das discussões da Igreja. Em 2015, com apenas dois anos de papado, lançou a encíclica 'Laudato si', na qual criticou o consumismo e o desenvolvimento irresponsável.

Discussão de temas polêmicos

Francisco não tinha medo de debater temas considerados polêmicos. Ao mundo, o pontífice falou abertamente sobre divórcio, sexo fora do casamento e homossexualidade. Ele, aliás, permitiu a benção a casais gays.

Linguagem mais simples

O pontífice lançou, em 2017, um documento para alterar o Código de Direito Canônico, conjunto ordenado das normas jurídicas que regulam a organização da Igreja Católica. Trata-se do motu próprio, que alterou a normativa canônica sobre a tradução dos textos litúrgicos para as línguas vernáculas, conferindo maior autonomia às Conferências Episcopais.

Divulgação de segredos

Francisco ordenou a abertura do Arquivo Secreto do Vaticano sobre a Segunda Guerra Mundial. O objetivo era estabelecer transparência sobre o passado da Igreja.

Papa em Auschwitz

Seguindo os antecessores, João Paulo II e Bento XVI, Francisco visitou os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau. O Papa encontrou 10 sobreviventes e cumprimentou um a um.

Discursos políticos

Francisco criticava líderes de países em guerra, a exemplo do russo Vladimir Putin e o israelense Benjamin Netanyahu. Em sua última aparição, no domingo de Páscoa (20), o pontífice recomendou o desarmamento e pediu paz. Ele pediu que os políticos usassem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento. "Estas são as 'armas' da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!", disse.

Carisma inquestionável

O argentino assumiu a liderança da Igreja em um momento de crise da instituição, abalada por vários escândalos de pedofilia. Francisco lutou para restabelecer a relevância do clero com normas de investigação e transparência, mas não foi só isso. Ele cativou o público com o jeito de ser. Conhecido por carisma inquestionável, Francisco brincava com fiéis e jornalistas. Quando veio ao ao Brasil pela primeira vez, em 2013, aliás, brincou com repórteres que 'lamentaram' o fato do líder católico ser argentino, fazendo referência à rivalidade dos países. "Vocês querem tudo. Vocês já têm um Deus brasileiro, queriam um papa também?", brincou.