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Carol Neves
Publicado em 25 de outubro de 2025 às 07:09
O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, neste domingo (26), na Malásia, deve marcar a retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos após o desgaste provocado pelo tarifaço aplicado por Washington a produtos brasileiros. Lula confirmou que pretende levar à mesa tanto a sobretaxa de 50% quanto as sanções americanas contra autoridades brasileiras. >
Segundo o presidente brasileiro, a conversa será ampla e sem limitação de temas. Auxiliares próximos também não descartam que Lula questione as investidas do governo dos EUA contra Venezuela e Colômbia. O petista já expressou ser contrário a intervenções em países da América do Sul.>
A aproximação entre os dois líderes vem ganhando força desde setembro. Durante a Assembleia Geral da ONU, eles se encontraram rapidamente e relataram ter tido uma “boa química”. No início de outubro, conversaram por telefone durante cerca de 30 minutos, em ligação articulada pelas diplomacias dos dois países. Nessa chamada, Lula pediu que Trump revertesse as sanções impostas e retirasse a sobretaxa de 40% que incide sobre produtos brasileiros desde agosto.>
Esta será a primeira reunião oficial entre ambos desde que Trump chegou à Casa Branca e após a crise provocada pelas medidas comerciais do governo americano.>
Ao justificar o tarifaço, o presidente dos Estados Unidos mencionou suposto déficit econômico com o Brasil, o que contraria dados oficiais, além de razões políticas, citando o processo contra Jair Bolsonaro e alegadas preocupações com “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”.>
Durante embarque para a Ásia, Trump foi questionado se pretende reduzir as tarifas. Respondeu que essa possibilidade existe “sob as circunstâncias certas”. Também confirmou que o encontro com Lula deve ocorrer. “Acredito que sim”, declarou a jornalistas a bordo do avião presidencial.>
Os dois participarão de agendas com líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), aproveitando a cúpula para negociar comércio e economia entre os dois países.>
A expectativa em Brasília é que o diálogo ajude a reorganizar as relações bilaterais, afetadas pelo pacote tarifário anunciado por Trump.>