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Corpo do artista plástico César Romero é enterrado em Salvador

Artista plástico foi sepultado nesta quinta-feira (9), no Cemitério do Campo Santo

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 17:08

Velório e sepultamento de César Romero
Velório e sepultamento de César Romero Crédito: Yan Inácio/CORREIO

Amigos e familiares se despediram do artista plástico e articulista César Romero pela última vez nesta quinta-feira (9). Com a presença de cerca de 50 pessoas, a cerimônia de sepultamento ocorreu no Cemitério do Campo Santo. Romero morreu na terça, aos 75 anos, após se engasgar enquanto era alimentado por uma cuidadora.

O velório foi marcado por emoção e consternação pelo falecimento do artista, que passava por problemas de saúde nos últimos anos. O restaurador artístico José Dirson Argolo, amigo de Romero há mais de 50 anos, relembrou sua trajetória como médico, pintor, jornalista e colunista do CORREIO.

"Tudo que ele fazia tinha a marca da qualidade. Sua perda é irreparável para as artes da Bahia. Como jornalista, ele sempre incentivou artistas jovens, escrevendo textos e publicando matérias sobre suas obras, incentivando eles a continuarem a pintar e fazer gravuras. Ele era também uma espécie de agitador cultural", disse

Velório e sepultamento de César Romero por Yan Inácio/CORREIO

Secretário de Romero, José Carlos acompanhou de perto a carreira do artista nos últimos 15 anos e definou ele como atencioso, cuidadoso e respeitador. "Aprendi muito, ele me ensinou muito. Nos últimos tempos, com a idade, veio alguns problemas de saúde, coisas que são normais nessa idade. Agora é guardar as lembranças boas e ensinamentos", descreveu

Já a magistrada Sônia Marisa conheceu Romero no final da década de 70 e descreveu a amizade dos dois como "brilhante. "Uma verdareira enciclopédia ambulante, irresístivel, carismático, vibrante e profundamente conhecedor das áreas da sua competência: medicina e o exercício da atividade artista", destacou.

Trajetória

Romero nasceu em Feira de Santana em 1950 e iniciou sua carreira de pintor em 1967, participando de salões e exposições no Brasil e no exterior, incluindo Washington, Hannover, Berlim, Barcelona, Madri, Bilbao e Lisboa. Membro da Association International des Arts Plastiques (AIAP) e da International Association of Art, da Unesco, recebeu em 1979 o título de Personalidade do Ano, Homem Destaque do Nordeste. Em 2001, inaugurou uma grande exposição individual no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), quando lançou um CD-ROM, dois vídeos e um livro assinado pelo crítico Jacob Klintowitz.

Além da pintura, Romero atuou como colunista do jornal CORREIO e colaborou com revistas e jornais da Bahia desde o final dos anos 1970. Também se destacou como designer, cantor e gravador de discos com clássicos da MPB. “Escrevia muito bem, era um intelectual e chegou a gravar também alguns discos com uma voz muito refinada. A Bahia perde um grande intelectual, um grande artista e, além de tudo isso, uma pessoa humana extraordinária”, disse Argolo, emocionado.

A crítica de arte Matilde Matos, em comentário publicado durante a trajetória do artista, destacou que “a arte de César Romero se baseia num constante processo de síntese em torno dos seus símbolos” e que seu trabalho “leva o espectador a decifrar seus motivos, pois afirma seus temas de modo tão exato, que o seu intento prevalece claro”.