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Moradora do Rio Vermelho segue em coma uma semana após ser agredida por zelador

Há indícios de que professora também tenha sido vítima de violência sexual

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 18:31

Homem foi flagrado carregando gasolina utilizada no incêndio
Homem foi flagrado carregando gasolina utilizada no incêndio Crédito: Reprodução

A professora de 48 anos que foi vítima de espancamento no prédio onde vive, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, segue internada em coma induzido no Hospital Geral do Estado (HGE). Ela se recupera de lesões na face e nas costelas, além de ter um coágulo no cérebro. Na última quarta-feira (27), a mulher sofreu agressões do zelador do edifício, que também ateou fogo no primeiro andar do prédio. 

O estado de saúde da vítima ainda é considerado grave. A equipe médica optou por colocá-la em coma induzido para que ela se recupere dos ferimentos causados pela agressão. A polícia investiga se a mulher foi vítima de agressão sexual. O zelador Osvaldo Ferreira Conceição foi autuado em flagrante pelos crimes de dano qualificado com uso de substância inflamável, estupro qualificado e tentativa de feminicídio. A Justiça determinou a prisão preventiva, e o homem segue preso no Complexo Penal da Mata Escura.

A professora é natural do Rio de Janeiro e mora no prédio onde sofreu as agressões há pelo menos três anos. Familiares dela vieram para Salvador e acompanham a recuperação da vítima. A mulher já havia registrado, no livro de ocorrências do condomínio, que havia sido assediada pelo zelador.

No relato, feito em janeiro de 2024, ela contou que foi convidada para sair pelo agressor e solicitou que medidas fossem tomadas para evitar novos constrangimentos. O zelador morava de favor no prédio com a esposa e o filho pré-adolescente. 

Relembre o caso 

O zelador suspeito de atear fogo em um edifício no Rio Vermelho, em Salvador, espancou uma moradora do prédio na madrugada de quarta-feira (27). A delegada Zaira Pimentel, responsável pelo caso, disse em entrevista que o caso inicialmente foi tratado apenas como incêndio. Mas, tão logo os primeiros moradores do prédio foram ouvidos, a polícia constatou que tratava-se de um caso a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

"No hospital, nós constatamos que se tratava de uma situação de dano qualificado, pelo uso de substância inflamável (gasolina), e tentativa de feminicídio. Não porque o agressor e a vítima tivessem em um relacionamento, mas pela desconsideração da condição de mulher da vítima", explicou a delegada. Ela diz ainda que outros crimes estão sendo apurados pelos investigadores. A polícia investiga, inclusive, se o zelador desconfiava que seria demitido e que, por isso, teria se revoltado.

Em janeiro do ano passado, a vítima registrou no livro de ocorrências do condomínio um episódio em que teria sido assediada pelo zelador. Ela narra que o homem a chamou para tomar vinho, em um sábado à noite, através de um aplicativo de mensagens. No relato, a mulher pede que sejam tomadas providências uma vez que ela se sentiu incomodada pela abordagem.

"Gostaria que alguma providência fosse tomada, pois como funcionário do prédio, o 'seu' Osvaldo tem obrigação de manter o devido respeito aos moradores e não lhes causar nenhum tipo de importunação", escreveu. Uma amiga da vítima, que é funcionária de um estabelecimento comercial localizado próximo ao prédio, confirmou os relatos de assédio e também disse, em depoimento, que é constantemente assediada pelo homem no local onde trabalha.

"Ela mora sozinha e me contou que, inicialmente, pedia favores para ele [zelador], como trocar uma cortina e regar as plantas quando ela viajava. Mas ele começou a chamar ela para sair e ela sempre cortou. Até que chegou ao ponto de ela falar com a esposa dele que estava sendo assediada. Mesmo assim, ele continuava", contou a amiga, em entrevista ao CORREIO.

Homem foi denunciado por homicídio 

O zelador Osvaldo Ferreira Conceição já havia sido denunciado por tentativa de homicídio em 2014. Dois anos antes, em 2012, ele confessou ter atirado duas vezes contra um homem no município de Vera Cruz. Durante audiência de custódia realizada no dia 29 de agosto - dois dias após o crime - o juiz Cidval Santos Sousa Filho ressaltou os antecedentes criminais do zelador para embasar a prisão preventiva no caso de agressão no Rio Vermelho.

Incêndio no condomínio Morro das Pedras por Arisson Marinho/CORREIO

A denúncia anterior aconteceu em 2012, quando Osvaldo Conceição tentou matar Wellington Moreira dos Anjos, em Vera Cruz. Ambos tinham uma rixa antiga. Testemunhas contaram na época que o zelador abordou o homem na rua, sacou um revólver e tentou disparar contra a cabeça de Wellington, mas a arma falhou. A vítima correu e buscou abrigo na casa do primo, mas foi perseguida por Osvaldo, que invadiu a residência e efetuou quatro disparos, dois deles atingindo o abdômen e braço. Wellington afirmou que o agressor ainda recarregaria a arma para novos tiros, mas foi impedido por populares.

Osvaldo Conceição chegou a ser denunciado pelo crime de tentativa de homicídio em 2014, mas o tribunal do júri até hoje não foi marcado. A movimentação mais recente no processo aconteceu no dia 19 de agosto deste ano, quando a juíza Luana Marinez Geraci determinou que o denunciado fosse levado ao tribunal do júri.