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Salvador e região metropolitana registram mais de 1 mil tiroteios só neste ano

Dados são do Instituto Fogo Cruzado de 1º de janeiro a 11 de agosto de 2025

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Foto do(a) author(a) Rodrigo Daniel Silva
  • Tharsila Prates

  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 05:30

Cápsulas de bala ficaram espalhadas pela Rua Vital Rêgo
Cápsulas de bala espalhadas por rua de Salvador Crédito: Arisson Marinho/ Arquivo CORREIO

O intenso tiroteio registrado na noite desse domingo (10) no bairro do Stiep, que obrigou motoristas a darem ré, trafegarem na contramão e fez pedestres se jogarem no chão em busca de proteção, foi apenas um dos 1.019 episódios de troca de tiros ocorridos neste ano em Salvador e região metropolitana, desde 1º de janeiro até 11 de agosto, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.

Do total, 437 aconteceram durante ações policiais. No período, 835 pessoas perderam a vida - 368 em operações das forças de segurança - e outras 206 ficaram feridas, sendo 55 em confrontos com participação policial.

No mesmo período do ano passado, foram cem tiroteios a mais (1.119), sendo 436 durante ações policiais, com um total de 814 mortos e 209 feridos. Apesar da quantidade maior de tiroteios em 2024, o número de mortos no ano passado foi menor.

No tiroteio desse domingo, um suspeito foi morto no confronto com policias militares. Segundo a PM, o conflito começou quando uma equipe foi acionada para averiguar a presença de homens armados, em uma ação de ocupação de território, na localidade conhecida como Inferninho.

Ao chegarem, os policiais iniciaram as buscas, vindo a localizar os criminosos na região conhecida como Morro do Borel. Os militares foram recebidos a tiros e houve o revide. Após o confronto, um suspeito foi encontrado ferido e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde morreu.

Com ele, foram apreendidos uma carabina de calibre 556, com um carregador e 41 munições, nove porções de maconha e uma balaclava, que foram encaminhados para o registro da ocorrência junto ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Uma mulher, que preferiu não se identificar, relatou que a família estava na piscina do prédio quando os tiros começaram. “Minha irmã, meus filhos e netos estavam na piscina do condomínio. Eles se jogaram no chão da piscina porque o tiroteio foi bem na ladeira do antigo Centro de Convenções”, contou ela.

Outro morador, que também pediu que o seu nome seja preservado, afirmou que houve correria na área da portaria do seu prédio. “Foi Dia dos Pais e tinha gente chegando e saindo do meu prédio. O pessoal que estava na portaria, por exemplo, correu na hora que os pipocos começaram. O porteiro ficou abaixado na guarita por não saber o que fazer. O barulho foi tão forte que parecia que estava dentro do prédio”, detalhou a fonte.

Na manhã do mesmo domingo, a abertura do Mundial Feminino de Polo Aquático Sub-20, em Salvador, precisou ser interrompida por causa da violência no bairro da Pituba. Enquanto as seleções do Canadá e da China se enfrentavam, dois disparos foram registrados nas proximidades da Arena Aquática de Salvador, sede da competição, na orla do bairro.

O momento dos tiros foi transmitido ao vivo. Nas imagens, as jogadoras disputam a bola quando o som de um disparo ecoa, levando o público nas arquibancadas a se abaixar. Em seguida, as atletas deixam a piscina e se deitam no chão, seguindo orientação da treinadora.

O episódio ganhou repercussão internacional: a rede canadense Sportsnet destacou o impacto direto sobre sua equipe, enquanto a Al Jazeera descreveu em detalhes como as jogadoras saíram da água, buscaram abrigo atrás de uma pequena barreira e aguardaram o fim da ameaça.

Outros dados

Só em julho, Salvador e região metropolitana registraram 133 tiroteios. Ao todo, os confrontos resultaram na morte de 101 pessoas e deixaram outras 30 feridas, também segundo o Instituto Fogo Cruzado.

Nesses primeiros 11 dias de agosto, foram 35 trocas de tiros na capital baiana e na RMS. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) classificou a situação como uma “resposta à ação da polícia": "Entendo que a presença da polícia tem sido antecipada em alguns casos e muitos deles são por conta das operações que nós estamos fazendo. [É] um cerco forte ao crime organizado da Bahia”, declarou ele nessa segunda-feira (11).