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Fernanda Varela
Publicado em 14 de maio de 2025 às 13:47
No Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, celebrado em 16 de maio, a nutricionista funcional Carolina Dias chamou atenção para a desinformação em torno da condição e os equívocos sobre o glúten. Segundo ela, os mitos ainda comuns sobre a proteína dificultam o diagnóstico e levam pessoas sem necessidade clínica a adotarem dietas restritivas.>
A doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten (proteína presente no trigo, centeio e cevada) e atinge cerca de 1% da população mundial, de acordo com a Federação Internacional das Associações de Celíacos (AOECS). No Brasil, a estimativa é de aproximadamente 2 milhões de pessoas afetadas, muitas ainda sem diagnóstico.>
“Quando uma pessoa celíaca consome glúten, o sistema imunológico reage provocando inflamação e lesões na mucosa do intestino delgado. Isso compromete a absorção de nutrientes e pode gerar uma série de sintomas”, explicou Carolina, fundadora da CD Clinique e especialista em emagrecimento saudável.>
Entre os sintomas mais comuns estão diarreia crônica, distensão abdominal, dores, fadiga, anemia e perda de peso. Em alguns casos, os sinais são ausentes, dificultando o diagnóstico. “Há formas silenciosas da doença. Mesmo sem sintomas, o intestino pode estar sendo danificado”, alertou a nutricionista. Nesses casos, o diagnóstico depende de exames laboratoriais e, quando necessário, biópsia.>
Estudos publicados nas revistas científicas Gastroenterology e The Lancet indicam a importância da detecção precoce, principalmente em pessoas com predisposição genética, como familiares de primeiro grau de celíacos e indivíduos com outras doenças autoimunes.>
Carolina também criticou a ideia de que o glúten é prejudicial para todos. “Ele só deve ser evitado por quem tem doença celíaca, alergia ao trigo ou sensibilidade não celíaca. Fora isso, não há benefício em retirá-lo da dieta”, afirmou. Segundo ela, excluir o glúten sem necessidade pode levar a deficiências nutricionais, especialmente quando há substituição por alimentos ultraprocessados e pobres em fibras e vitaminas.>
Além disso, a especialista alertou para o risco de falsos negativos em exames laboratoriais quando a pessoa já está em dieta sem glúten. “É um erro comum. Isso pode atrasar ou até inviabilizar o diagnóstico correto da doença celíaca”, afirmou.>