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Maysa Polcri
Publicado em 30 de julho de 2025 às 15:39
O presidente americano Donald Trump assinou a ordem executiva que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o total para 50%, segundo comunicado da Casa Branca. A medida oficializa o 'tarifaço' anunciado pelo presidente no início de julho. A decisão é justificada como resposta a ações do governo brasileiro que, de acordo com o governo americano, representam uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana.>
A medida se baseia na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977, e declara emergência nacional nos Estados Unidos em relação ao Brasil. O texto da Ordem Executiva acusa o governo brasileiro de perseguir, intimidar, censurar e processar politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. >
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, é diretamente mencionado no texto como responsável por ordens de censura e ameaças a executivos de empresas americanas e congelamento de ativos. Nesta quarta-feira (30), o ministro foi punido com a Lei Magnitsky, que impõe sanções econômicas e o impedimento de entrada no país norte-americano.>
A Casa Branca afirma que a defesa da liberdade de expressão e das empresas americanas continuará sendo prioridade da política externa dos EUA. “Estamos protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA contra ameaças estrangeiras”, afirma o comunicado. A ordem exclui da taxação alguns itens específicos, como suco de laranja, produtos da aviação civil, celulose, petróleo e certos componentes mecânicos.>
Nesta quarta-feira (30), Trump publicou nas redes sociais um post no qual confirma o prazo de 1º de agosto para que as novas tarifas passem a valer. Apesar disso, a ordem executiva assinada pelo presidente prevê um adiamento de sete dias para o início da taxação de 50% sobre produtos brasileiros. >
Uma estimativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) apontou que cerca de 10 mil empregos do setor industrial baiano poderiam ser afetados com a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos. Na prática, os produtos baianos ficarão mais caros nas prateleiras americanas, já que os importadores deverão arcar com a taxação para comprar o que é produzido no Brasil.>
Uma projeção feita pela Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia (SEI) mostrou que, com a imposição tarifária norte-americana, o estado poderá amargar um prejuízo de aproximadamente 470 milhões de dólares só no primeiro ano da nova medida, o que daria R$ 2,6 bilhões convertidos. As exportações para os Estados Unidos correspondem a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.>
As projeções foram feitas antes da publicação do decreto, que exclui itens como suco de laranja, celulose, petróleo e componentes da aviação. Havia expectativa, antes da oficialização, que os segmentos de celulose, cacau e pneu fossem os mais afetados na Bahia. >