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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 14 de maio de 2025 às 10:01
O fim de um relacionamento resultou em um processo judicial inusitado envolvendo não uma criança real, mas uma boneca reborn. O caso veio à tona após a advogada Suzana Ferreira compartilhar, nesta segunda-feira (12), o relato de uma cliente que buscou regulamentar a guarda da boneca que, segundo ela, "faz parte da família". >
Segundo Suzana, a cliente desejava oficializar a posse da boneca e solicitar a divisão dos custos com o ex-companheiro, alegando que o investimento foi alto, desde a aquisição até a produção de um enxoval completo. O problema se agravou quando a outra parte se recusou a abrir mão da convivência com a boneca, demonstrando forte apego emocional.>
"Ela me disse que uma nova boneca não resolveria o problema, porque o vínculo afetivo é com aquela específica", explicou a advogada.>
O impasse também envolve a administração de um perfil no Instagram criado para a bebê reborn, que passou a render financeiramente por meio de parcerias publicitárias. O perfil virou ponto central na disputa: quem teria o direito de continuar gerindo o conteúdo e os lucros do canal?>
"A conta nas redes sociais se tornou um ativo patrimonial real. A dúvida passou a ser: quem detém a 'guarda' da bebê reborn para decidir sobre o Instagram que monetiza?", relatou Suzana.>
A advogada ainda refletiu sobre o impacto desse tipo de caso no sistema jurídico: "Parece surreal, mas são questões que batem à porta do Judiciário. Me pergunto como essas novas demandas, ligadas à afetividade e ao mundo digital, serão recebidas pelos tribunais".>