Aos 77, Marco Nanini estreia na Parada LGBTQIA+ e fala sobre visibilidade na terceira idade

Neste domingo (23), Marco Nanini, 77, participou pela primeira vez da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo. A presença do ator veterano foi celebrada pelo público na Avenida Paulista, que o aplaudiu calorosamente ao vê-lo subir em um dos trios elétricos do evento, considerado um dos maiores do mundo.

O tema da 29ª edição do evento foi “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, e foi justamente isso que motivou Nanini a estar presente. “Decidi ir justamente pelo tema. A luta do movimento LGBT+ ou dos viados, porque eu sou pré-dinossauro, é tão grande e tão violenta, no bom sentido... Hoje percebo isso, então decidi mudar minha atitude”, declarou em entrevista à Quem.

O artista, que se assumiu publicamente gay em 2011, contou que a recepção da família foi tranquila. “Fiz uma reunião com meu pai e minha mãe e falei: ‘Olha, a situação é a seguinte’. Eles ficaram chocados, mas no fundo, não tive problemas”, lembrou.

Mesmo após tornar sua orientação sexual pública, Nanini garantiu que isso não interferiu em sua trajetória profissional. “Eu nunca escondi. Se as pessoas percebiam ou achavam algo, tanto faz”, disse.

Durante o evento, o ator também comentou sobre sua relação de 36 anos com o produtor Fernando Libonati. Eles mantêm um relacionamento aberto e moram em casas separadas. “Tenho uma relação muito forte, muito grande com ele. O negócio é o seguinte: eu nunca tive ciúme. Acho o ciúme uma desgraça. Sempre falei: ‘Por que aprisionar uma pessoa de quem gosto?’”, refletiu.

Nanini destacou ainda que viver sem repressões é essencial: “Você poder ser tudo que você é, do jeito que você é, sem problema nenhum. Não é para cair na gandaia, mas para viver livre.”

A Parada LGBTQIA+ de São Paulo foi marcada por shows de Pedro Sampaio, Pepita, Banda Uó, entre outros. O evento acontece desde 1997 e se consolidou como uma das principais manifestações pela diversidade e direitos da comunidade no Brasil.