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Heider Sacramento
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 08:28
Jimmy Cliff, um dos maiores nomes da história do reggae e figura central na difusão da música jamaicana pelo mundo, morreu aos 81 anos. A família confirmou que o artista sofreu uma convulsão decorrente de um quadro de pneumonia. A notícia foi divulgada na madrugada desta segunda-feira, em um comunicado feito por sua esposa, Latifa. >
Segundo ela, Cliff estava sendo acompanhado por uma equipe médica nas últimas semanas. “Ficamos ao lado dele em todo o processo e somos profundamente gratos ao apoio que sempre recebeu. Ele sentia esse amor”, afirmou no texto. A família pediu privacidade para atravessar o período de luto e informou que novas atualizações serão divulgadas posteriormente.>
A história de Jimmy Cliff também passa pelo Brasil. Foi em Salvador, em 1992, que nasceu sua filha, Nabiyah Be, fruto do relacionamento com a psicóloga baiana Sônia Gomes da Silva. Anos depois, Nabiyah estrearia no cinema mundial interpretando a personagem Linda em “Pantera Negra”, megassucesso da Marvel. A conquista trouxe ao pai um orgulho imenso e reacendeu o elo afetivo com a Bahia.>
Jimmy Cliff
O estado, inclusive, marcou um dos episódios mais delicados de sua carreira. Em 1980, instantes antes de subir ao palco ao lado de Gilberto Gil, Cliff recebeu a notícia da morte do próprio pai. Mesmo devastado, decidiu seguir com a apresentação.>
“Veio uma energia muito forte aquela noite. Consegui me ouvir cantando com uma força que nunca tinha sentido”, relembrou em entrevistas posteriores.>
Jimmy Cliff deixa um legado incontestável. Dono de uma das carreiras mais prolíficas do reggae, ajudou a levar o gênero para além das fronteiras da Jamaica e se tornou referência para artistas de diferentes estilos. Sucessos como “The Harder They Come”, “You Can Get It If You Really Want” e “Many Rivers to Cross” atravessaram décadas e consolidaram sua obra como patrimônio cultural.>
Além da música, Cliff também marcou presença no cinema e desempenhou papel importante na globalização da cultura jamaicana. Seu impacto permanece vivo na sonoridade contemporânea, nas releituras de seus clássicos e na reverência de novas gerações de músicos.>