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Como uma gata conseguiu extinguir sozinha toda uma espécie de passarinhos

Como a chegada de uma simples gata mudou para sempre o destino de uma espécie única de ave

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 09:00

Como a chegada de uma simples gata mudou para sempre o destino de uma espécie única de ave
Como a chegada de uma simples gata mudou para sempre o destino de uma espécie única de ave Crédito: (Banco de imagens)

Uma história curiosa e trágica emergiu da Ilha Stephen, na Nova Zelândia. Uma gata doméstica chamada Tibbles, vivendo com seu dono David Lyall, tornou-se protagonista de um episódio que ilustra os impactos ambientais de espécies invasoras.

A história de Tibbles e a extinção da cotovia-da-ilha-Stephen (Traversia lyalli) levantam questões sobre a responsabilidade humana na preservação da biodiversidade.

[Edicase]Gatos highlander com pelo longo precisam de escovação regular (Imagem: Anne Richard | Shutterstock) por Imagem: Anne Richard | Shutterstock

Embora a narrativa tenha sido amplamente aceita como um exemplo clássico de extinção causada por um predador invasor, estudos mais recentes sugerem uma perspectiva mais complexa. A história de Tibbles, ocorrida no século 19, é um lembrete de que a introdução de espécies não nativas pode ter consequências devastadoras para ecossistemas frágeis.

O encontro de Tibbles e a cotovia-da-ilha-Stephen

Em 1894, David Lyall, faroleiro da Ilha Stephen, chegou à ilha com sua gata Tibbles. Pouco tempo depois, ele começou a enviar espécimes de uma pequena ave, a cotovia-da-ilha-Stephen, para naturalistas na Inglaterra.

Esses passarinhos, com hábitos noturnos e incapazes de voar, eram trazidos mortos por Tibbles, mas ainda em boas condições, permitindo sua identificação como uma nova espécie.

A descoberta foi significativa, mas a alegria foi breve. Em menos de um ano após o início dos envios, a espécie foi considerada extinta, com a gata Tibbles sendo apontada como a principal responsável pela dizimação da população local. A rapidez da extinção levantou preocupações sobre o impacto de predadores não nativos em ambientes isolados.

Revisão histórica: novas evidências surgem

Décadas depois, em 2004, um estudo da Sociedade Ornitológica da Nova Zelândia sugeriu que a culpa de Tibbles poderia ser exagerada. Pesquisadores encontraram documentos que indicavam avistamentos da cotovia nos anos seguintes à chegada da gata, sugerindo que outros fatores poderiam ter contribuído para o desaparecimento da espécie.

Além disso, a possibilidade da presença de mais de um gato na ilha foi levantada, o que poderia ter ampliado o impacto predatório.

Essas novas evidências indicam que a extinção da cotovia-da-ilha-Stephen pode não ter sido causada exclusivamente por Tibbles. Isso destaca a complexidade dos ecossistemas e a necessidade de considerar múltiplos fatores ao analisar eventos de extinção.

Lições para a conservação moderna

A história de Tibbles e da cotovia-da-ilha-Stephen oferece lições valiosas para a conservação da biodiversidade. Ela ilustra como a introdução de espécies não nativas pode ter consequências imprevisíveis e devastadoras, especialmente em ecossistemas isolados e vulneráveis.

Além disso, destaca a importância de uma abordagem cautelosa e informada ao lidar com a movimentação de espécies entre diferentes ambientes.

Embora a responsabilidade de Tibbles na extinção da cotovia seja debatida, sua história serve como um alerta sobre os riscos associados à introdução de espécies não nativas e a necessidade de práticas de conservação mais rigorosas para proteger a biodiversidade global.