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Influenciadoras que deram banana e macaco de pelúcia a crianças negras são condenadas a 12 anos de prisão

Mãe e filha, que somavam mais de 12 milhões de seguidores, terão ainda que pagar indenização a cada vítima

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 12:50

Influencers que deram banana e macaco de pelúcia a crianças negras vão responder judicialmente
Influencers que deram banana e macaco de pelúcia a crianças negras vão responder judicialmente Crédito: Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro condenou nesta segunda-feira (18) as influenciadoras Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitória Cunha Ferreira a 12 anos de prisão em regime fechado por crime de injúria racial.

Conhecidas por acumularem mais de 12 milhões de seguidores nas redes sociais na época, mãe e filha foram responsabilizadas por gravar e divulgar um vídeo em que ofereciam uma banana e um macaco de pelúcia a duas crianças negras, em tom de deboche.

Além da pena de prisão, as duas terão de pagar R$ 20 mil de indenização para cada uma das vítimas, valor que será corrigido monetariamente. A sentença também proíbe que as rés publiquem conteúdos semelhantes ou mantenham qualquer tipo de contato com as crianças.

Apesar da condenação, Nancy e Kerollen poderão recorrer em liberdade. Caso a decisão seja confirmada em instâncias superiores, os mandados de prisão deverão ser expedidos.

O caso ocorreu em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, em 2023. Segundo a decisão da juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal da cidade, as influenciadoras abordaram uma menina de 10 anos e outra de 9 anos, entregando os “presentes” de forma depreciativa, reforçando estereótipos racistas históricos.

Influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves por Divulgação

Os vídeos foram publicados com tom de humor nas redes sociais, o que, para a magistrada, caracteriza o chamado “racismo recreativo”, previsto na Lei 7.716/1989, com agravantes por envolverem mais de uma pessoa e terem sido praticados em contexto de diversão.

Na sentença, a juíza destacou que as influenciadoras “animalizaram” as vítimas e lucraram com a repercussão do conteúdo, enquanto as crianças passaram a sofrer bullying e exclusão social após a divulgação.

“Trata-se de um caso em que a dor de crianças foi utilizada como entretenimento, ampliada por milhões de visualizações, reforçando práticas discriminatórias que a sociedade não pode mais tolerar”, frisou a decisão.