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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 14:05
A morte de Jimmy Cliff nesta segunda-feira (24) reverberou com força no Brasil, especialmente na Bahia, lugar onde o astro jamaicano encontrou música, amores, parcerias e uma família. Entre as pessoas que sentiram a partida do ícone do reggae, Margareth Menezes foi uma das que se emocionaram. A ministra da Cultura, que conviveu de perto com Cliff nos anos em que ele morou em Salvador, publicou um relato carinhoso nas redes sociais e lembrou momentos que marcaram a vida dos dois. >
Margareth não apenas dividiu palco com Cliff: ela fez parte da história pessoal do cantor. Foi por intermédio dela que Jimmy conheceu a artista plástica mineira Sônia Gomes, com quem viveu uma relação intensa e teve a filha, a atriz e cantora Nabiyah Be. A própria Nabiyah contou recentemente, em entrevista, que seus pais foram apresentados por Margareth durante uma cerimônia de ayahuasca à beira-mar, em Salvador.>
“Sou fruto dessa união sagrada”, disse.>
Jimmy Cliff tricolor
No texto publicado nesta manhã, Margareth descreveu o impacto que Cliff teve na música e em sua vida. “O mundo da música amanheceu triste com a partida de Jimmy Cliff, que ao lado de Bob Marley e Peter Tosh colocou o reggae na sintonia do planeta”, escreveu. Ela lembrou que, na época em que Cliff morou na Bahia, os dois se aproximaram ainda mais enquanto ela gravava o álbum Kindala. >
“Compartilhamos momentos musicais inesquecíveis”, disse.>
Da convivência surgiu também uma parceria marcante: a gravação do dueto “Me Abraça e Me Beija”, composição de Gileno Felix e Lazzo Matumbi. Segundo Margareth, Cliff mergulhou com entusiasmo na cena cultural baiana, conectou-se com grupos locais e encontrou ali inspiração e acolhimento.>
Jimmy Cliff tinha uma relação antiga com o Brasil. Ele se apresentou diversas vezes em Salvador, Recife, Rio, São Paulo e Belo Horizonte, e escolheu Gilberto Gil para abrir seus shows na década de 1980. Na Bahia, participou do Femadum, visitou a Fonte Nova, vestiu camisa de time, entrou em bloco de Carnaval e viveu como um baiano por alguns anos.>
Jimmy Cliff na Bahia
A filha Nabiyah Be, nascida e criada na capital baiana, também herdou essa conexão. Margareth citou o carinho que tem pela jovem, com quem já dividiu palco ainda na infância. >
“Na Bahia, ficou, casou e teve uma filha, com quem convivi e tenho muito carinho”, escreveu.>
Em sua homenagem final, a ministra destacou o legado cultural do cantor, que influenciou gerações e abriu caminhos para a música jamaicana no mundo.>
“A vida segue o seu caminho, e as memórias que tenho com ele seguirão em mim. Para sempre, Jimmy Cliff.”>