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Elis Freire
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 17:25
Matheus Nachtergaele vive do Teatro e da TV desde os seus 20 anos, mas segue sendo desafiado a cada novo projeto. Hoje aos 57 anos e vivendo Poliana em “Vale Tudo” — personagem que acendeu a discussão sobre a assexualidade — o ator falou em entrevista sobre como vê a própria sexualidade. Ele explicou por que não quer se rotular em uma das letrinhas da sigla LGBTQUIAP+, mesmo já tendo se afirmado bissexual lá em 2014. >
Em entrevista a Quem, Matheus disse que tem sido difícil mas gratificante interpretar Poliana. “Eu nunca tinha recebido um personagem tão empático e que realmente ouve o outro. Não é fácil interpretar alguém cuja vida pessoal não vem em primeiro lugar para ele mesmo. É bonito, mas não é fácil fazer”, revelou.>
Matheus Nachtergaele
O artista explicou à revista que aprende com a sexualidade do personagem, mas, mesmo sendo parte da LGBTQUIAPN+, ele disse que tem uma visão mais ampla sobre o assunto, sem se prender a uma letra ou outra. ”Nem tenho um entendimento tão profundo de todas as as sexualidades, nem acho que elas todas estejam abarcadas na sigla”, disse à revista. “Acho de verdade que com o tempo o H de heterossexual vai ser incorporado e que, daqui um tempo maior ainda, a gente não vai mais precisar dela. Teremos entendido que a bandeira do arco-íris significa as possibilidades infinitas de amar, porque, o afeto, o amor, ele está livre de verdade”, defendeu. >
Nachtergaele argumentou ainda que a sexualidade das pessoas pode mudar durante a vida. “Não só cada pessoa do mundo tem sua própria sexualidade e seu afeto, como também durante uma vida a sexualidade e a maneira de amar muda para cada ser humano. Você pode percorrer algumas várias siglas da nossa bandeira do amor durante a sua vida”, pondera Matheus.>
Ele então fez uma revelação sobre sua própria forma de viver o amor e a vida sexual: “Não quero me colocar em nenhuma gaveta específica, porque o amor é cambiante (...) Eu não quero também prender o meu amor. Já namorei com caras, já namorei com minas, já tive amores platônicos, amores resolvidos. Estou livre e nunca estive em nenhum tipo de armário, nunca”.>
“Se você dá um nome muito fixo para maneira como você ama, também está se castrando das possibilidades todas de amar que se tem, inclusive a do Poliana. É legal pensar isso”, completou. >