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O que a ciência realmente diz sobre os filhos únicos e o impacto de crescer sem irmãos

Pesquisas recentes derrubam mitos sobre filhos únicos e mostram que o contexto familiar é o que mais influencia o desenvolvimento

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 05:12

Estudos revelam que filhos únicos não têm déficits sociais e podem até apresentar vantagens cognitivas
Estudos revelam que filhos únicos não têm déficits sociais e podem até apresentar vantagens cognitivas Crédito: Freepik

O velho estereótipo de que filhos únicos são mimados, antissociais ou egoístas não encontra respaldo na ciência moderna. Estudos recentes mostram que, na verdade, o desenvolvimento dessas crianças é muito semelhante ao de quem cresce com irmãos.

Pesquisas indicam que fatores como o contexto familiar e o nível socioeconômico influenciam muito mais na formação da personalidade do que o fato de ser filho único.

Filhos únicos se desenvolvem de forma equilibrada e podem até apresentar algumas vantagens em relação a quem tem irmãos por Reprodução | Instagram

Especialistas afirmam que o ambiente social e emocional exerce papel decisivo no comportamento infantil. Quando há apoio, estímulo e vínculos afetivos fortes, filhos únicos se desenvolvem de forma equilibrada e podem até apresentar algumas vantagens em relação aos demais.

O contexto pesa mais do que o número de irmãos

De acordo com a professora associada de demografia Alice Goisis, da University College London, “as evidências, em geral, não apoiam a ideia de que crianças criadas como filhos únicos tenham algum tipo de déficit em suas habilidades sociais, em comparação com crianças criadas com irmãos”.

Goisis e sua equipe descobriram que elementos como o status socioeconômico da família e os recursos emocionais disponíveis aos pais são fatores muito mais determinantes para o desenvolvimento infantil. Em outras palavras, o que molda o crescimento das crianças é o ambiente, e não a estrutura familiar.

Diferenças culturais mostram realidades opostas

As pesquisas também mostram que o contexto cultural pode mudar completamente os resultados. No Reino Unido, onde ter apenas um filho é mais comum entre famílias com boa condição financeira, os filhos únicos apresentaram saúde igual ou até melhor na vida adulta. Já na Suécia, onde a situação costuma estar ligada a condições econômicas menos favoráveis, os resultados foram opostos.

Essas diferenças reforçam que não existe um perfil único de filho único — cada experiência é moldada pelas circunstâncias e oportunidades disponíveis.

Possíveis vantagens cognitivas e sociais

A psicóloga clínica Linda Blair observa que filhos únicos costumam ter excelência linguística e bom desempenho escolar. Isso acontece porque eles recebem atenção verbal constante dos pais, fator que estimula o desenvolvimento cerebral e o vocabulário.

Além disso, essas crianças aprendem a organizar melhor o tempo livre, já que precisam decidir sozinhas como ocupar o dia, e tendem a criar laços mais facilmente com adultos, por passarem mais tempo em ambientes de convivência com eles.

Quando a ausência de irmãos exige atenção

Por outro lado, o psicólogo Adriean Mancillas explica que irmãos podem funcionar como um “amortecedor emocional” em famílias com conflitos. Em lares com apenas um filho, é importante que os pais incentivem o contato com amigos e familiares para criar uma rede de apoio sólida.

Linda Blair também aponta que os filhos únicos podem ter menos da chamada “esperteza de rua” — uma habilidade prática e intuitiva adquirida na convivência entre crianças. Por isso, é essencial que tenham oportunidades de socialização em grupo desde cedo.