Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Fernanda Varela
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 07:14
Durante uma participação surpresa no programa Angélica ao Vivo, o padre Fábio de Melo revelou que sofre há seis anos com a Doença de Ménière, condição crônica do ouvido interno que provoca vertigens, perda auditiva e zumbido.
>
“Eu convivo com os sintomas há mais de 20 anos. Tratei durante muito tempo como surdez súbita, identificada como surdez autoimune. Tenho uma perda de audição que vai e volta. Não é uma perda definitiva e convivo com um zumbido terrível”, contou o padre ao gshow.>
Padre Fábio de Melo
Por recomendação médica, ele retirou totalmente o açúcar da dieta, e o resultado foi positivo. “Ajudou demais! Tive muitas melhoras depois que tirei o açúcar. Aliás, todo mundo que tem problema de labirinto e doenças inflamatórias autoimunes deveria tirar o açúcar. Ele é um grande vilão na nossa vida.”>
Segundo o neurologista Saulo Nader, membro da Bárány Society, sociedade internacional que estuda a Doença de Ménière, o distúrbio ocorre quando há produção excessiva de endolinfa, um líquido presente nos labirintos do ouvido. “O líquido acaba vazando no interior do labirinto, o que provoca tontura intensa (vertigem) com zumbido e pressão no ouvido. Esse líquido é produzido em excesso por conta de uma programação genética ou por algum defeito imunológico”, explicou o especialista ao gshow.>
O médico acrescenta que a doença costuma se manifestar entre os 30 e 50 anos, embora possa surgir também na adolescência ou infância. O tratamento envolve medicamentos, exercícios para equilíbrio e, em alguns casos, o uso de aparelhos auditivos. “O uso de açúcar, café e refrigerantes não são os vilões em todos os casos, somente em alguns. Para identificar a influência desses alimentos no surgimento da doença, é preciso uma análise individualizada caso a caso”, completou.>
Depressão>
Além da doença crônica, o padre também convive com depressão desde a infância. Durante o programa de Angélica, ele revelou que precisou ser internado em janeiro, após uma forte crise. “Foi muito cruel o que passei e identifiquei que boa parte das minhas ansiedades e dos meus medos vinham das redes sociais. Dei uma melhorada, piorei de novo, estou saindo novamente de outra crise, convivo com isso o tempo todo. Tenho uma saúde mental que exige cuidados. É genético e não tenho como mudar. Tenho como tentar contornar”, afirmou.>
O religioso contou ainda que cresceu sentindo uma tristeza constante, mas só na vida adulta compreendeu que se tratava de depressão. “Eu era um menino triste, e às vezes a tristeza doía demais. Quando doía demais, eu não tinha recursos. Não tinha conhecimento que aquilo poderia ser medicado. Hoje, continuo sendo uma pessoa triste, é um filtro. É uma característica minha a melancolia. Sou feliz assim. A tristeza, a melancolia que faz parte da minha vida, ela não me impossibilita a felicidade. Mas às vezes ela me joga na cama e fica além do que eu suporto. É genético.”>
Fábio de Melo reforçou que o tratamento com médicos e medicamentos foi fundamental para o controle da doença e das crises de depressão. “A medicação está aí. Os médicos estão aí para nos ajudar e entender melhor isso e, de maneira muito especial, ter paciência com quem está ao nosso lado. Escutei durante anos que depressão é falta de Deus. Mas Ele não me priva de vivê-la.”>