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Heider Sacramento
Publicado em 7 de novembro de 2025 às 07:46
A estreia da série documental Meu Ayrton por Adriane Galisteu, na HBO Max, reacendeu memórias e feridas antigas na história do tricampeão Ayrton Senna. A produção traz versões inéditas sobre o romance entre o piloto e a apresentadora, e os bastidores da resistência da família Senna em aceitá-la. >
Entre os depoimentos mais marcantes está o de Luiza Braga, esposa de Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, um dos melhores amigos de Senna. Ela revela que os parentes do piloto teriam tentado desmoralizar Adriane. “Era como se eles quisessem provar que ela era uma puta”, disse, descrevendo o clima de tensão que cercava o casal.>
Na série, Luiza relata que o telefone da casa em que os dois viviam, em Portugal, teria sido grampeado por meses, e que as conversas de Adriane com um ex-namorado chegaram aos ouvidos da família. Em uma das ligações, o ex fazia comentários ofensivos sobre o tricampeão, chamando-o de “cafona” e “ruim de cama”, e Galisteu apenas ria, o que supostamente irritou os familiares de Senna.>
Adriane Galisteu e Ayrton Senna
Luiza detalha que as fitas foram entregues a Ayrton pelo irmão Leonardo, pouco antes da corrida fatal em Ímola. Segundo ela, o piloto ouviu o conteúdo, conversou com Adriane e reagiu de forma leve. “Quando chegar no Algarve, vou botar você no meu colo e te dar umas palmadas”, teria dito, em tom de brincadeira.>
Em depoimento à produção, Luiza reforça que o objetivo das gravações era destruir a imagem da apresentadora.“Não é um dossiê, eram gravações. O telefone da casa do Ayrton estava grampeado por mais de quatro meses. Eles juntaram tudo e levaram pro Ayrton ouvir na véspera dele morrer. Foi o Léo que levou. Eles achavam surreal o fato de Adriane rir quando o ex perguntava quem era melhor de cama, o Ayrton ou ele. Depois ele dizia que o Ayrton era cafona, e ele era mesmo, não ligava pra roupa. O Ayrton ouviu tudo e achou bobagem. Mas, pro pai e pra mãe, aquilo era de outro planeta. Queriam provar que ela era puta”, contou.>
O reencontro prometido entre Senna e Galisteu nunca aconteceu. O piloto morreu no dia 1º de maio de 1994, durante o Grande Prêmio de San Marino, na Itália. A série documental surge após Galisteu afirmar que se sentiu apagada na série Senna, da Netflix. Agora, com Meu Ayrton por Adriane Galisteu, ela busca recuperar seu lugar nessa história e mostrar o lado que, segundo ela, foi silenciado por décadas.>