Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Pedro Carreiro
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 17:26
Após terminar 2024 em alta, classificado para a Copa Sul-Americana depois de uma grande arrancada na reta final do Brasileirão, 2025 começou com muita expectativa para a torcida do Vitória. Entretanto, depois de um começo de ano até que bom, no qual o clube alcançou uma grande sequência invicta, tudo começou a dar errado e o time vem colecionando fracassos e humilhações desde então. >
Delegação do Vitória desembarcando em Salvador e sendo escoltada até o Barradão
A primeira grande vergonha do time no ano ocorreu no dia 12 de março, quando, em pleno Barradão, a equipe foi derrotada por 2 a 0 pelo Náutico e eliminada na primeira fase da Copa do Brasil. A derrota, que veio com um desempenho apático contra um time da Série C, interrompeu também uma sequência de 22 jogos sem perder, o segundo maior período de invencibilidade do clube no século. >
O segundo vexame veio logo em seguida, no dia 23 de março, com a perda do título do Campeonato Baiano para o Bahia no Barradão. Por ter terminado a primeira fase com a melhor campanha, o Vitória teria a vantagem de decidir em casa. Mas, após perder o jogo de ida na Fonte Nova, a equipe teve atuação fraca no jogo de volta: conseguiu abrir o placar só nos minutos finais, ainda sofreu o empate e viu o grande rival levantar a taça em seu próprio estádio. >
Algumas das humilhações vieram fora de campo, como a péssima montagem do elenco para a temporada. Após um bom ano em 2024, com o time de volta a uma competição continental, a expectativa era de um plantel ainda mais forte. No entanto, o que se viu foi justamente o contrário: com a saída de peças-chave da temporada passada, o grupo foi enfraquecido. Nomes como Wagner Leonardo, Lucas Esteves e Alerrandro deixaram o clube, e a diretoria não foi capaz ou demorou demais para trazer substitutos à altura. >
Um exemplo claro dessa incompetência foi a forma como o clube negligenciou a posição de centroavante. Era difícil que o Vitória conseguisse contratar em definitivo Alerrandro, do RB Bragantino, após a grande temporada do jogador. Mesmo assim, com ele sendo a única opção real para a posição, o time só foi trazer um centroavante de nível em abril, com a contratação de Renato Kayzer, que além de tudo, chegou lesionado e só pôde estrear em maio. >
Voltando às vergonhas dentro de campo, a eliminação na Copa do Nordeste representou mais um grande vexame do time no ano e, de novo, dentro do Barradão. Após terminar a primeira fase como líder do Grupo A, o Vitória teve sorte no sorteio e um caminho teoricamente fácil até a final. Mas fez questão de jogar tudo fora ao perder por 1 a 0 para o Confiança, time da Série C, em outra atuação apática, que culminou na demissão do técnico Thiago Carpini. >
Outra posição extremamente negligenciada foi a de lateral-esquerdo. Com a saída de Lucas Esteves no começo do ano, o time trouxe Hugo, que logo saiu, e Jamerson, que vinha performando bem até sofrer uma grave lesão. Com isso, o jovem e inexperiente Maykon Jesus, que está emprestado pelo Atlético-MG, foi a única opção para a posição por quase dois meses até a contratação de Ramon. >
De volta à “Sula” depois de oito anos, o Vitória queria causar uma boa impressão no continente, mas só conseguiu passar vergonha. Além de não vencer nenhum jogo em casa, o time foi eliminado de forma patética. Na última rodada, precisando apenas de um empate contra um adversário já classificado, perdeu com um gol contra de Baralhas nos minutos finais. >
Enquanto o clube demorou para reforçar posições-chave, em outras exagerou e errou em praticamente todos os nomes contratados. No total, a equipe já realizou 31 contratações este ano e, com exceção de Ronald, Kayzer e Baralhas, a maioria não convenceu totalmente, já se mostrou um fracasso ou até deixou o clube, como foram os casos de Hugo, Val Sores e Bruno Xavier. >
Ao longo da temporada, o Vitória também quebrou alguns recordes negativos. Um deles foi a maior seca de gols do século, ao ficar sete jogos seguidos sem balançar as redes, entre junho e julho. Para encontrar uma sequência pior na história do clube, é preciso voltar 47 anos no tempo: em 1978, durante o Campeonato Brasileiro, o Leão ficou nove partidas consecutivas sem marcar. >
Além das eliminações e da perda do título em casa, o Barradão também foi palco de pipocadas inacreditáveis. Nos últimos três jogos do time em seu estádio, contra Sport, Palmeiras e Juventude , a equipe saiu na frente do placar, mas, nos minutos finais, cedeu o empate e terminou com 2 a 2 nas três partidas, da forma mais frustrante possível. >
Flamengo 8 x 0 Vitória
A mais recente das humilhações aconteceu na última segunda-feira (25), no Maracanã: uma goleada de 8 a 0 sofrida para o Flamengo, pela 21ª rodada do Brasileirão. O placar entrou para a história como a maior goleada do campeonato desde 2003, quando o torneio passou a ser disputado no formato de pontos corridos. Além disso, foi a pior derrota do Leão da Barra em qualquer competição desde a profissionalização do clube, em 1953. >