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Pedro Carreiro
Publicado em 24 de agosto de 2025 às 06:30
A medicina regenerativa tem se tornado cada vez mais relevante, particularmente no universo do esporte de alta performance. Por impactar diretamente o rendimento e a longevidade dos atletas, a procura por tratamentos menos invasivos e mais eficientes tem fomentado progressos significativos na medicina esportiva. Uma das abordagens em ascensão é o uso de ortobiológicos — um método que emprega material biológico do próprio paciente e que ganhou notoriedade após ser adotado por grandes estrelas do esporte, como Cristiano Ronaldo, Anderson Silva, Rodrigo Minotauro e Mike Tyson. >
De acordo com o ortopedista David Sadigursky, pesquisador na área de terapias celulares, a técnica vem se firmando como uma opção complementar para o tratamento de lesões articulares e tendíneas, especialmente em casos de desgaste crônico ou quando não há resposta aos tratamentos convencionais.>
“Pesquisas recentes têm ampliado o conhecimento sobre terapias biológicas na recuperação de lesões musculoesqueléticas, como o uso de concentrados de plaquetas e células mesenquimais, que buscam modular a inflamação e favorecer o ambiente intra-articular, aliviando dores e estimulando a cicatrização de tecidos”, conta o médico que tem formação nos Estados Unidos, Espanha e Coreia do Sul.>
David ressalta que a ortopedia moderna avança no sentido de oferecer tratamentos menos invasivos, que possam prevenir ou postergar intervenções cirúrgicas mais agressivas. Conforme explica, as opções terapêuticas devem ser personalizadas conforme as necessidades de cada indivíduo. “Além do uso de ortobiológicos, abordagens consolidadas como a terapia por ondas de choque, infiltrações guiadas por ultrassom e fisioterapia podem ajudar na diminuição da inflamação, cicatrização dos tecidos e fortalecimento muscular”, detalha.>
Dentre os atletas que já utilizaram essas técnicas minimamente invasivas, o português Cristiano Ronaldo foi um dos casos mais emblemáticos. Conforme noticiado internacionalmente, ele se submeteu à terapia celular para se recuperar mais rapidamente de uma lesão no joelho antes de uma fase crucial da Champions League. O lutador de MMA Anderson Silva também recorreu à técnica após sofrer uma grave fratura na perna, que atingiu tíbia e fíbula, em 2013. O ex-campeão Rodrigo Minotauro e o boxeador Mike Tyson também buscaram a terapia para tratar dores crônicas e lesões acumuladas ao longo de suas trajetórias.>
Casos como estes ilustram o potencial da ortopedia contemporânea em promover performance e longevidade atlética, reduzindo a dependência de cirurgias invasivas. “Estamos falando de atletas que dependem do próprio corpo como ferramenta de trabalho. O tempo de recuperação, o alívio da dor e a melhora da função são fatores críticos para que possam seguir competindo em alto nível”, destaca David.>
“É importante deixar claro que o uso dessas tecnologias deve englobar um tratamento integrado de reabilitação, fisioterapia, fortalecimento muscular e correção biomecânica, sempre levando em conta as particularidades de cada paciente e oferecendo uma nova perspectiva para quem convive com dor crônica, desgaste articular ou lesões de difícil cicatrização”, reforça.>
Com uma vasta trajetória em pesquisa e educação, David Sadigursky é um dos criadores do OrthoBIOS, junto com o ortopedista Ronald Barreto, onde conduzem estudos em terapias celulares e oferecem cursos de capacitação para médicos na área de intervenção em dor e medicina ortobiológica. David também é diretor do centro de estudos em terapias celulares da Omane – o primeiro laboratório de manipulação celular do Nordeste, dedicado à pesquisa de terapia celular para lesões ortopédicas, aprovado por Comitê de Ética e pesquisa.>
“Nos dedicamos à pesquisa e ao ensino sobre os ortobiológicos para encontrar soluções eficazes e seguras para proporcionar alívio da dor e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nossa prática envolve desde a coleta até a manipulação e preparo dos produtos, com avaliação científica dos métodos utilizados, sempre com rigor técnico e excelência acadêmica e clínica”.>