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Maysa Polcri
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 15:50
A ministra da Cultura Margareth Menezes falou sobre o andamento da obra de recuperação da Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, em Salvador. Em fevereiro deste ano, parte do teto do templo, que é um dos mais importantes da capital baiana, desabou, provocando a morte de uma turista de 26 anos e deixando outras cinco pessoas feridas. >
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), contratou obras emergenciais, por meio de dispensa de licitação, para a restauração do templo. Questionada sobre a previsão de reabertura da igreja, a ministra não estipulou um prazo, mas confirmou que o projeto de recuperação foi finalizado. >
Desabamento da Igreja São Francisco de Assis, no Pelourinho
"Nós estamos no processo agora de fazer esse restauro, que não é uma igreja simples. Ninguém esperava aquela tragédia que aconteceu, nem os próprios padres que estão dentro da igreja sabiam. Quando foi feita a queixa, dois dias depois, o Iphan já ia fazer o atendimento, mas no outro dia aconteceu a tragédia, o que nos deixou muito tristes", disse Margareth Menezes. >
A ministra se refere a um comunicado enviado sobre uma dilatação no forro do teto que foi enviado pelo padre Pedro Júnior Freitas da Silva, guardião e diretor do templo. O alerta foi feito ao Iphan dois dias antes do desabamento. >
Diante da solicitação, o instituto agendou uma visita técnica à edificação histórica, mas não houve tempo. O teto da basílica caiu antes da chegada dos técnicos da autarquia federal ao imóvel.>
"A igreja já está com todo o projeto, ela vai sofrer uma reforma completa. Isso já está em andamento, já temos R$ 6 milhões voltados para isso", completou a ministra. "Além da igreja do Centro Histórico, também tem a igreja da Boa Viagem, que estava muito debilitada, e será mais uma entrega", acrescentou. >
Os trabalhos de recuperação da igreja do Pelourinho englobam o escoramento, a estabilização, o acesso e segurança do monumento e dos trabalhadores envolvidos no projeto.
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Em novembro deste ano, o CORREIO visitou a Igreja e Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador. Uma reportagem mostrou que cinco áreas do complexo estão parcial ou totalmente interditadas — algumas, à beira do colapso. As estruturas do espaço, que tem mais de 3 mil m², são interligadas: o problema em um ponto se espalha pelos demais. Há pilastras escoradas há mais de 15 anos.>
Os vestígios de fevereiro ainda estão por toda parte da igreja e da portaria: pedaços de madeira do teto que caiu estão no chão e artigos religiosos centenários lacrados em sacos ou cobertos por lonas, à espera de um restauro.>
A parte central do forro da igreja caiu na tarde do dia 5 de fevereiro, quando 23 pessoas estavam no local. Seis pessoas ficaram feridas. A turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, morreu. >