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Usuários de drogas tocam o terror com furtos e arrombamentos em bairro boêmio

Moradores e comerciantes  do Rio Vermelho relatam que ocorrências ocorrem a poucos metros de unidade da Polícia Militar

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 16 de outubro de 2025 às 05:00

Moradores e comerciantes sofrem com série de furtos e arrombamentos
Moradores e comerciantes sofrem com série de furtos e arrombamentos Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

Uma “onda” de furtos e arrombamentos toma conta da Rua Conselheiro Pedro Luiz, uma das principais vias de acesso do, então boêmio, Rio Vermelho. Moradores e comerciantes relatam que os crimes foram cometidos por dependentes químicos que vivem nas ruas, condição cada vez mais presente no bairro. Os casos apurados pela reportagem ocorreram em menos de 50 dias, a qualquer hora do dia e da noite, que vão de roubo de correntes usadas em garagens a condensadores de ar-condicionado, tudo isso a menos de 150 metros da 12ª CIPM.

“Acordei às 3h com um barulho e sem energia no apartamento. Quando fui à janela, ele estava serrando o fio do poste. Aí, eu gritei: ‘O que você está fazendo?’ Ele deu um pulo do portão e saiu correndo”, conta o estatístico Luís Antônio Nadal, 33 anos, morador de um edifício que fica às margens da Conselheiro Pedro Luiz. O episódio narrado aconteceu no dia 01 deste mês. Neste dia, o criminoso conseguiu pular o portão de ferro e arrombar o quadro de energia de uma boate, que divide parede com o edifício. “Ele era bem magro e sujo, usava roupas rasgadas, com aparência de quem é usuário de crack. O dono teve que reforçar a segurança, colocando cercas novas”, conta o morador. O ladrão agiu com a participação de um comparsa que o aguardava do lado de fora.

Ainda neste ano, em menos de um mês, foram registrados episódios de extrema violência no bairro. No dia 04 de abril, um jovem sofreu mais de 50 tiros na cabeça de criminosos que usavam armas longas, na Rua Rodrigo Argolo, a poucos metros da residência de uma deputada estadual. Apavorados, moradores colocaram seus apartamentos à venda. No dia 29, o Largo de Santana, um dos centros da boemia da capital baiana, amanheceu com a inscrição “CV”, indicativo de que o Comando Vermelho tenta se firmar no local. Na madrugada, um jovem foi assassinado no ponto turístico.

Moradores e comerciantes denunciam furtos e arrombamentos no Rio Vermelho por Bruno Wendel/CORREIO

Outros casos

Nadal conta que já testemunhou outros casos. No último domingo (12), ele viu quando um homem tentava arrombar o portão que dá acesso à agência do Bradesco, por volta das 14h. “Ele estava com uma barra de ferro forçando para entrar. Eu gritei, ele saiu numa bicicleta. Liguei para a polícia. Demorou uns 10 minutos e uma viatura fez a ronda, mas não conseguiu pegar ninguém”, conta o morador. “Depois disso, a agência reforçou o portão. Mas antes, ainda no domingo, ele roubou um condensador de ar-condicionado de uma boate desativada que fica ao lado do Bradesco”, conta. Como era procurado, o ladrão abandonou ao lado de uma boate o material furtado, além de um facão.

Já no dia 28 de agosto, foram três ocorrências durante a madrugada, todas pelas mesmas pessoas. Segundo um comerciante, que pediu para não ser identificado, o primeiro alvo foi uma clínica de estética. Os ladrões forçaram a entrada, mas não conseguiram. Em seguida, eles seguiram mais adiante e levaram a corrente do estacionamento de um shopping. Numa terceira investida, o grupo retornou às dependências do centro comercial e levou o condensador do ar-condicionado de um restaurante.

“Eles vêm sempre a pé e, na maioria das vezes, agem na calada da noite. A gente se sente impotente diante de tudo isso, porque a companhia (12ª CIPM) está bem ali e ainda eles não têm medo”, conta o comerciante indignado, ao mesmo tempo em que aponta para a unidade da Polícia Militar.

Prejuízo

Além da sensação de insegurança, o comércio na Rua Conselheiro Pedro Luiz tem que lidar ainda com o prejuízo. “Tive que gastar R$ 4 mil para consertar um condensador de ar e fazer a tubulação do outro aparelho que foi levado”, relata o dono de uma das lojas que funciona dentro do shopping.

Sem solução aparente, ele resolveu o problema por conta própria. “Eu mesmo tive que reforçar a solda do equipamento que ficou, mas não duvido que eles retornem. Mas espero que o segurança recém-contratado do shopping consiga intimidá-los”, diz.

O dono da loja fala ainda que ladrões estão mais “especializados”. “Antes, eles agiam só na mão grande. Agora, andam com ferramentas para esse tipo de ação. Agem como se fossem profissionais”, declara.

Ele conta que uma das características dos criminosos é que muitos deles circulam com carrinhos de compras. “Alguns pegam esse carrinho só para esconder o material do furto. Colocam uma lona por cima do que acabaram de pegar e seguem para outros delitos”, conta.

Ainda segundo ele, os furtos podem estar sendo incentivados pelas sucatarias instaladas na Avenida Vasco da Gama. “Outro dia passei por ali e vi uma fila deles com carrinhos abarrotados de vários objetos, inclusive fios de cobre”, relata.

Posicionamento

A reportagem pediu um posicionamento às Polícias Civil e Militar, mas até o momento não há respostas.