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'Só por Deus não morremos', diz alpinista que resgatou corpo de brasileira em vulcão

Ele descreve noite pendurado em cordas, pedras caindo e equipamentos falhando durante missão extrema

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 26 de junho de 2025 às 07:51

Juliana Marins e Agam Rinjani
Juliana Marins e Agam Rinjani Crédito: Reprodução

O alpinista Agam Rinjani, que comandou a perigosa operação de resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, revelou detalhes dramáticos da missão que quase custou a vida dele e de sua equipe. Em live traduzida pela influencer Sinta Stepani, o experiente montanhista descreveu cenas de tensão constante durante os trabalhos realizados a mais de 600 metros de profundidade no vulcão.

Agam contou que ele e sua equipe chegaram a dormir pendurados nas cordas de segurança enquanto enfrentavam deslizamentos constantes de pedras. O suporte de ferro que sustentava as cordas chegou a tombar várias vezes, provocando avalanches de rochas e areia. "Várias vezes ele falou que o suporte que estava lá no topo desabou. Isso provocou a caída de pedras, caída de areia, desceram várias vezes", relatou Sinta durante a transmissão.

Em meio às condições extremas e esperando subir com o corpo da brasileira quando o tempo melhorasse, a equipe chegou a passar uma noite inteira suspensa na encosta íngreme de 60 graus. Os socorristas voluntários enfrentaram chuva, frio intenso e neblina densa - tudo isso sem comida. Eles optaram por ficar poque sabiam que se subisse, no dia seguinte o corpo da jovem poderia estar ainda mais embaixo. "Praticamente estavam pendurados mesmo, com cordas assim, junto com a Juliana, para assegurar que ela não desce e ninguém desce, porque todo momento tem pedra caindo", descreveu a tradutora.

Helicópteros tentaram chegar ao local para auxiliar no resgate, mas as condições climáticas impossibilitaram o apoio aéreo. O processo de resgate, que começou às 6h, só foi concluído às 15h, com a equipe subindo lentamente enquanto desviava das pedras que continuavam a despencar.

"Fizemos o melhor que pudemos"

Com a perna machucada pelo impacto das rochas, Agam classificou esta como a operação mais difícil de sua carreira. Visivelmente emocionado, ele pediu desculpas por não ter conseguido trazer Juliana com vida, mas garantiu que fez tudo ao seu alcance.

A família da brasileira manifestou publicamente seu agradecimento aos socorristas. "Foi graças a dedicação e a experiência de vocês que a equipe pôde finalmente chegar à Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida", escreveram em publicação nas redes sociais, estendendo os agradecimentos a todos os voluntários envolvidos na dolorosa missão.

Juliana Marins por Reprodução