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Sequestro de nutricionista expõe violência recorrente em praça da Pituba

Antes conhecida pela sua tranquilidade familiar, o espaço é motivo de preocupação para moradores

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 05:30

Praça Ana Lúcia Magalhães, na Pituba
Praça Ana Lúcia Magalhães, na Pituba Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Quem passa pela Praça Ana Lúcia Magalhães, no bairro da Pituba, em Salvador, pode notar a presença de pessoas praticando atividades físicas, crianças e animais de estimação brincando a qualquer hora do dia. Antes conhecida pela sua tranquilidade familiar, a praça hoje é palco de diferentes episódios de violência, que, segundo alguns moradores, se intensificaram com a ausência de policiamento. No caso mais recente, ocorrido na noite da última quinta-feira (6), a nutricionista Tâmara Ferreira foi vítima de um sequestro enquanto deixava o carro estacionado na região para seguir até um dos restaurantes do entorno.

Uma moradora, que vive no bairro há pelo menos 30 anos e preferiu não ter a identidade revelada, relata que já soube de diversos eventos envolvendo furtos e assaltos que ocorrem na praça, além deter visto um dos casos. Em um deles, inclusive, ela chegou a assistir uma vítima entregando os seus pertences ao assaltante. O caso ocorreu há cerca de dois anos, mas a situação ainda não é muito diferente nos dias atuais.

Praça Ana Lúcia Magalhães, na Pituba por Arisson Marinho/CORREIO

"Deixei de frequentar a praça de carro por conta disso. Episódios de violência como furtos e assaltos me inibem de frequentar vários lugares, principalmente se tiver que estacionar", relata. Para ela, um dos grandes problemas da região reside na impunidade e na falta de policiamento. "Principalmente nesta praça, que tiraram um posto policial fixo e depois um carro policial. Não se vê policial ou guarda municipal em praças", argumenta.

A cerca de 180 metros da praça, havia uma unidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), localizada na Rua das Hortênsias. O local, no entanto, foi fechado. “Quando tínhamos a delegacia aqui, nos sentíamos mais seguros, mas o DHPP saiu e ficamos mais vulneráveis”, disse outra residente do bairro, que também terá a identidade preservada.

Uma funcionária de um dos estabelecimentos comerciais próximos à praça concorda com os moradores: “Eles veem que não há policiamento direto e também não há punição adequada, então agem de cara limpa mesmo”.

Para quem precisa se deslocar até a região para trabalhar, a sensação de insegurança também é constante. Uma trabalhadora doméstica, ouvida pela reportagem, conta que faz o percurso desde o prédio em que trabalha, em frente à praça, até a Estação BRT da Pituba à noite, sempre com medo de que um incidente, já vivido por outros trabalhadores, aconteça com ela. “Já aconteceu de uma colega ser assaltada voltando para casa, ir falar com policiais que estavam próximos e eles dizerem que não podiam fazer nada", disse.

O CORREIO entrou em contato com as polícias Civil e Militar para saber o número de casos de furtos e assaltos registrados na praça, bem como entender sobre o funcionamento de rondas na região, mas não houve retorno. O espaço segue aberto.

Histórico de violência

Na última sexta-feira (7), após ser sequestrada nas imediações da Praça Ana Lúcia Magalhães, a nutricionista Tâmara Ferreira, de 42 anos, foi agredida com coronhadas na cabeça e na perna. Ela se dirigia a um jantar com colegas nutricionistas quando foi abordada pelos criminosos ao deixar o carro estacionado. Segundo relatos, Tâmara foi colocada novamente dentro do automóvel e levada até a região do Shopping Itaigara, onde foi obrigada a realizar transferências bancárias para contas indicadas pelos sequestradores. Ela pediu ajuda a funcionários de um supermercado após ser abandonada em uma rua no bairro de Castelo Branco na manhã seguinte.

Tâmara Ferreira por Reprodução/Instagram

No dia 25 de maio de 2024, um tiroteio assustou frequentadores da praça. Testemunhas relataram que, no momento dos disparos, a praça estava cheia e crianças e adultos se jogaram ao chão em busca de proteção. Segundo moradores, durante uma tentativa de assalto, um policial à paisana teria flagrado o crime e reagido com um disparo, e o suspeito fugiu. Uma pessoa que passava pelo local acabou sendo atingida.

Em 9 de abril de 2024, um homem foi esfaqueado enquanto voltava do trabalho. Dois criminosos tentaram assaltá-lo; ele reagiu e foi ferido com facadas antes da chegada da Polícia Militar. Na época, moradores relataram que outros três assaltos ou tentativas haviam ocorrido na praça nas duas semanas anteriores. “Uma das jovens eles jogaram no chão e uma senhora recebeu um soco. E esse rapaz, já partiram para a faca na jugular dele”, contou um morador. O homem esfaqueado acabou falecendo.

Em 2023, uma atendente de farmácia foi vítima de assalto na Rua das Hortênsias, a cerca de 100 m da praça. Três homens armados entraram na unidade da Drogaria São Paulo e deram voz de assalto, roubando medicamentos, produtos e celulares das funcionárias. A vítima foi ferida no ombro e encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE). Um dos suspeitos chegou a ser localizado a aproximadamente 1,4 km de distância, mas conseguiu fugir em direção a um matagal próximo.

Tags:

Salvador Pituba Segurança Insegurança Nutricionista