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Millena Marques
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 10:02
Ao menos 91 fuzis foram apreendidos na megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Muitas das armas, que têm calibres capazes de perfurar coletes à prova de balas ou até mesmo paredes, chegam ao Brasil via fronteira com o Paraguai ou pela Amazônia. >
As investigações da Polícia Civil do Rio Janeiro, no entanto, revelam que muitos fuzis que abastecem a facção no Rio têm origem artesanal, mais precisamente de um esquema de fábricas clandestinas em Minas Gerais e São Paulo, que alimenta o arsenal do CV. As informações foram divulgadas em reportagem exclusiva do Fantástico, da TV Globo, no domingo (2).>
Fuzis apreendidos em megaoperação do Rio
De acordo com a Polícia Federal, Rafael Xavier do Nascimento transportava fuzis de São Paulo para o Complexo do Alemão, comunidades da Zona Norte do Rio e áreas de milícias, ao menos uma vez por mês. Ele foi preso em flagrante com 13 fuzis na Via Dutra.>
Os fuzis eram produzidos em Santa Bárbara d'Oeste, no interior paulista. A fábrica utilizava pelo menos 11 equipamentos industriais de precisão, como tornos e fresadores. No local, a PF apreendeu cerca de 150 fuzis prontos, além de mais de 30 mil peças.>
"Ele fabricava o fuzil por inteiro. Era uma planta industrial profissional. Não era uma fábrica de garagem... Eram equipamentos de alta precisão que custavam milhões de reais", explica o delegado Samuel Escobar. A linha de montagem tem capacidade para fabricar até 3.500 fuzis por ano.>
Anderson Custódio Gomes, do núcleo operacional da quadrilha, e um comparsa foram presos em flagrante transportando peças suficientes para a produção de 80 fuzis. As armas saíram da fábrica e iam para o depósito da quadrilha em Americana, na região de Campinas. >