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Elis Freire
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 22:08
Quando o colombiano David Vélez desembarcou no Brasil em 2012, já tinha bagagem de engenheiro e executivo financeiro. Mas ao chegar no país ele se deparou com uma frustração: tentar abrir uma conta bancária e não conseguir por rejeições e burocracia. O homem teria tentado quatro vezes criar uma conta e batido com cara contra a parede. Decepcionado com o que considerou um sistema bancário “ineficiente, demorado, burocrático e até degradante”, Vélez percebeu que não era só ele que devia enfrentar esse problema, mas milhões de outras pessoas também. >
E foi justamente desse incômodo que nasceu o gigante Nubank. Em 2013, Velez uniu forças com a brasiliense Cristina Junqueira e o norte-americano Edward Wible para criar uma fintech que oferecesse o que os bancos tradicionais não tinham à época: cartão sem taxa anual, conta digital simples; tudo de forma mais acessível e intuitiva. >
Nubank
No ano seguinte, 2014, o Nubank lançou seu primeiro produto: um cartão de crédito internacional, com zero taxa de anuidade, totalmente gerenciado por aplicativo. O mercado e a opinião pública reagiu com ceticismo com perguntas do tipo: "como vão ganhar dinheiro assim?”). Mas o pontapé estava dado e modelo tradicional estava sendo desafiado. >
A estratégia deu resultado. Em 2018, a empresa alcançou o status de unicórnio, ou seja, avaliação superior a US$ 1 bilhão. Em 2020, já tinha cerca de 30 milhões de usuários. No fim de 2021, o Nubank realizou seu IPO (oferta pública inicial) e foi avaliado em cerca de US$ 45 bilhões. Isso fez com que Velez, aos 38 anos, entrasse na classe dos bilionários. >
Hoje, com mais de 100 milhões de clientes no Brasil, além de presença crescente no México e na Colômbia, o Nubank é ícone da revolução bancária digital na América Latina. A história partiu de uma experiência pessoal de exclusão no sistema bancário e se transformou em um dos maiores bancos digitais do mundo, que patrocina até o Jornal Nacional, maior telejornal do país. >
A irritação do imigrante se tornou um império oferecendo soluções para milhões de brasileiros e ganhando uma adesão invejável nacionalmente. Disruptivo, o Nubank também tem críticas, principalmente em relações às taxas cobradas para empréstimos e faturas atrasadas, mas fato é que o jeito "fácil de usar" e sem burocracias conquistou muitas, pessoas, veículos e corporações. >