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Heider Sacramento
Publicado em 1 de setembro de 2025 às 07:31
Apesar das críticas massivas do público e de parte da imprensa especializada, a autora Manuela Dias, responsável pelo remake de “Vale Tudo”, parece não se abalar com a repercussão negativa. A baiana tem usado as redes sociais para compartilhar mensagens de apoio e elogios ao trabalho, mesmo diante das inúmeras reclamações sobre mudanças no roteiro da trama global. >
Em uma das publicações, Manuela destacou o comentário de uma fã que saiu em sua defesa. “A novela está boa para caraca, essas críticas são inveja”, escreveu a seguidora, em um print repostado pela autora em seus stories. A escritora costuma divulgar mensagens de telespectadores, majoritariamente positivas, o que gera comentários de internautas que a acusam de ignorar as reclamações.>
Comentários sobre "Vale Tudo"
Além de anônimos, Manuela também recebe apoio de amigos famosos. A jornalista Vera Magalhães elogiou a condução de uma sequência protagonizada por Humberto Carrão: “Dois capítulos todinhos de Afonso. E a chance não só de desenvolver esse personagem como de Humberto Carrão brilhar. Textões em todas as cenas, Manuela Dias”, escreveu ela. A autora respondeu: “Esse olhar que vale ouro”.>
Já o ex-deputado federal Jean Wyllys, colega de faculdade da autora na Ufba, foi mais enfático em um outro momento de críticas à Manuela. “Com o remake de Vale Tudo mostrando que é um SUCESSO de qualquer ponto de vista, reafirmando o talento de Manuela Dias e TODO O ELENCO, ainda tem bicha destilando ódio contra a novela por comparação com o original. Que cafonice! Desapega!”, disparou.>
As polêmicas não ficaram restritas ao público. A protagonista da trama, Taís Araújo, revelou em entrevista à Quem sua insatisfação com os rumos de Raquel, personagem que interpreta.>
“Esse momento da Raquel voltar a vender sanduíche na praia, confesso que recebi com um susto. Porque não era a trama original. Então, para mim, a Raquel ia numa curva ascendente”, contou a atriz, ressaltando que teve de se adaptar às mudanças propostas por Manuela Dias.>
A artista também destacou a importância da personagem como símbolo de representatividade. “É muito difícil falar disso porque eu, como mulher negra e artista negra, gostaria de ver outra narrativa sobre mulheres negras. Quando peguei a Raquel para fazer, falei: ‘Cara, a narrativa dessa mulher é a cara do Brasil. Ela vai ter uma ascensão social a partir do trabalho e vai permanecer’. Eu tinha muito essa esperança”, afirmou.>
Em tom de frustração, Taís completou: “Quando vejo que isso não aconteceu, como artista que quer contar uma nova narrativa de país, confesso que fico triste. A gente quer se ver nesse lugar, é urgente. E a Raquel tinha todas as possibilidades de representar essa nova narrativa. Mas tenho que lidar com a realidade que me cabe, que é a de intérprete de uma personagem que não é escrita por mim”.>