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Mereceu? Relembre por que Sonia Abrão foi massacrada no caso Eloá Pimentel

Netflix lançara no dia 12 de novembro um documentário sobre o caso

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 06:00

Sonia Abrão e Eloá Pimentel
Sonia Abrão e Eloá Pimentel Crédito: Reprodução

O sequestro e assassinato de Eloá Cristina Pimentel, em outubro de 2008, chocou o país e reacendeu uma discussão profunda sobre os limites da cobertura jornalística na televisão. Durante as mais de 100 horas em que a adolescente de 15 anos foi mantida refém pelo ex-namorado Lindemberg Alves, em Santo André (SP), a apresentadora Sonia Abrão chegou a conversar ao vivo com o sequestrador e com a própria vítima em seu programa na RedeTV!. A entrevista foi transmitida enquanto as negociações policiais ainda estavam em andamento e rendeu duras críticas à jornalista, acusada de interferir na operação e de transformar uma tragédia em espetáculo.

Lindemberg Alves por Reprodução

O sequestro e assassinato de Eloá Cristina Pimentel, em outubro de 2008, marcou o Brasil e abriu uma das discussões mais profundas sobre os limites da cobertura jornalística na televisão. A adolescente, de 15 anos, foi mantida refém por cerca de 100 horas pelo ex-namorado Lindemberg Alves, em Santo André (SP). O desfecho foi trágico: Eloá foi morta durante a invasão policial ao apartamento.

O tema volta ao centro do debate neste mês, já que a Netflix se prepara para lançar, em 12 de novembro, o documentário Caso Eloá – Refém ao Vivo, que promete revisitar o episódio com profundidade inédita. Dirigido por Cris Ghattas, o filme reúne depoimentos exclusivos do irmão de Eloá, Douglas Pimentel, e da amiga Grazieli Oliveira, que pela primeira vez relatam publicamente o trauma vivido. A produção promete jogar nova luz sobre o papel da mídia e o impacto emocional deixado por um dos crimes mais marcantes do país.

Sonia Abrão por Reprodução (TV/Redes Sociais)

Durante o sequestro, a apresentadora Sonia Abrão, que comandava o programa A Tarde É Sua, na RedeTV!, entrou em contato ao vivo com Lindemberg e com a própria Eloá. A entrevista foi transmitida em rede nacional enquanto as negociações com a polícia ainda estavam em andamento. A ação foi amplamente criticada por autoridades, familiares e especialistas em segurança pública.

As críticas se concentraram em três pontos principais: o risco de interferência nas negociações, o uso de um canal de comunicação que deveria estar restrito aos policiais e o caráter sensacionalista da cobertura, que teria dado palco ao sequestrador. O episódio se tornou um símbolo da espetacularização da tragédia na TV.

O Ministério Público de São Paulo chegou a considerar medidas legais contra a emissora, alegando que a entrevista poderia ter colocado vidas em risco. A situação reacendeu debates sobre ética jornalística, limites da imprensa e a responsabilidade social de programas ao vivo em situações de crise.

Anos depois, Sonia Abrão voltou a ser criticada ao afirmar, em uma entrevista, que “faria tudo de novo”. A declaração provocou forte reação da família de Eloá. Cíntia Pimentel, cunhada da vítima, afirmou ao Metrópoles que as palavras da apresentadora soaram cruéis e revelaram falta de arrependimento. Nas redes sociais, o público também reagiu, apontando que a fala reforçava a ausência de autocrítica sobre o episódio.

O caso voltou ao centro das atenções em 2023 com o lançamento de documentários e séries que revisitam o crime e a cobertura da época. Em novas análises, jornalistas e especialistas relembraram como a pressão por audiência e a competição entre emissoras resultaram em decisões perigosas e antiéticas.

Hoje, mais de 15 anos depois, Sonia Abrão continua apresentando seu programa diário e evita falar em detalhes sobre o assunto, enquanto a lembrança do caso permanece como um alerta sobre os riscos do jornalismo sem freio.

Caso Eloá por Reprodução | (Tiago Silva/Arquivo DGABC)

A situação de Lindemberg Alves

O responsável pela morte de Eloá, Lindemberg Alves, foi condenado em 2012 a 98 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparos de arma de fogo. No ano seguinte, o Tribunal de Justiça de São Paulo reduziu a pena para 39 anos e três meses.

Série Tremembé por Divulgação

Lindemberg cumpre pena atualmente na Penitenciária “Dr. José Augusto César Salgado” (P2), em Tremembé, no interior de São Paulo, no regime semiaberto. Em março de 2025, ele teve nova redução de pena por bom comportamento e por participar de cursos e trabalhos dentro da unidade prisional, incluindo um programa de empreendedorismo.

Lindemberg mantém conduta considerada exemplar pelas autoridades penitenciárias e segue apto a novas progressões de regime, conforme previsto pela Lei de Execução Penal. Mesmo assim, ele segue sob custódia, com saídas limitadas e sujeito à regressão de regime em caso de descumprimento das regras.

O caso Eloá ainda é lembrado como uma das maiores tragédias da história recente do país e um dos episódios que mais expôs os limites éticos da cobertura ao vivo na televisão brasileira.

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