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Agência Correio
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 07:00
Um avanço tecnológico permitiu que dois satélites se encontrassem e voassem juntos no espaço sem qualquer comando vindo da Terra. O experimento pode alterar profundamente a forma como missões espaciais são planejadas. >
A demonstração ocorreu durante uma missão da Agência Espacial Europeia, a dezenas de milhares de quilômetros do planeta.>
Telescópio - imagens do espaço e da Terra
A conquista chama atenção porque aponta uma solução para um problema antigo: o alto custo e a complexidade de lançar grandes estruturas espaciais a partir da Terra.>
Enviar telescópios e naves gigantes ao espaço exige foguetes robustos e investimentos elevados. Por isso, cientistas buscam alternativas que reduzam riscos e ampliem o alcance das missões.>
A missão Proba-3 surgiu com esse objetivo. Dois satélites foram lançados para testar a capacidade de se localizar e manter uma formação estável, mesmo separados por grandes distâncias.>
Durante o experimento, ambos atuaram como se fossem um único equipamento. O controle foi totalmente autônomo, mostrando que a cooperação entre naves menores é viável.>
O teste foi realizado a cerca de 60 mil quilômetros da Terra, uma região onde não há GPS ou referências externas. Nesse ambiente, cada decisão precisa ser tomada pela própria espaçonave.>
John Leif Jørgensen, professor e chefe de departamento da DTU Space, resumiu o desafio em entrevista ao portal dinamarquês DR: “Estamos a 60.000 quilômetros da Terra, um lugar onde não há GPS. Portanto, uma espaçonave precisa encontrar a outra e se aproximar dela.”>
Segundo ele, o resultado foi surpreendente. “E funcionou. O sistema provou ser eficaz além de todas as expectativas”, afirmou, reforçando o potencial da tecnologia desenvolvida na DTU Space.>
As aplicações dessa inovação vão além do transporte espacial. Na astronomia, o tamanho dos telescópios define o nível de detalhe das observações feitas a partir do espaço.>
Hoje, o James Webb representa o estado da arte, mas ainda enfrenta limitações para observar exoplanetas com clareza. A alternativa pode estar na soma de instrumentos menores.>
Satélites voando em formação podem simular um espelho gigante. “Então você realmente poderá construir um telescópio capaz de iluminar exoplanetas”, diz Jørgensen, apontando para uma transformação na astrofísica.>