Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elis Freire
Publicado em 16 de novembro de 2025 às 06:00
O Atlas Mundial da Obesidade de 2025 aponta que 31% da população brasileira sofre com essa condição. Porém, nem todos sabem que, para além de vários problemas de saúde associados à obesidade, como as doenças cardiovasculares, diabetes, problemas nas articulações e insuficiência respiratória, a condição também pode causar infertilidade. Ou seja, o excesso de peso pode acabar impedindo homens e mulheres realizarem o sonho de serem pais e mães. >
"A obesidade pode causar desequilíbrios hormonais que afetam a produção de espermatozoides e a ovulação, comprometendo a fertilidade de homens e de mulheres", afirma a médica Valentina Cotrim, especialista em medicina reprodutiva da equipe da Huntington Cenafert.>
Obesidade traz riscos à saúde
A profissional alerta que, nas mulheres, o excesso de peso pode causar ciclos menstruais irregulares e redução de ciclos ovulatórios. "Mulheres com obesidade ou sobrepeso devem buscar ajuda com médico e nutricionista para reduzir o peso antes de tentarem engravidar espontaneamente ou iniciarem um tratamento de Fertilização in Vitro (FIV)", recomenda a especialista. “A perda de peso é importante não apenas para aumentar as chances de uma gravidez, mas também para a segurança da própria gestação”, explica. >
Já nos homens, a condição pode afetar a quantidade e a qualidade do sêmen, além de poder impactar a própria função sexual, uma vez que as alterações hormonais promovidas pelo peso podem diminuir a produção de testosterona e causar disfunção erétil. Isso é o que destaca a doutora. >
“A alimentação inflamatória (consumo de ultraprocessados, gorduras trans e carboidratos refinados), o sedentarismo e o tempo excessivo de tela são responsáveis por esse cenário no qual quase um a cada três brasileiros vive com obesidade”, ressalta.>
A médica garante que sim. Segundo ela, além de dificultar a gravidez, a obesidade aumenta as taxas de aborto e os riscos de complicações gestacionais, expondo a vida da mãe e do bebê. “A condição de obesidade aumenta o risco de hipertensão arterial, partos prematuros, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, além de complicações durante o parto”, detalha Cotrim.>
De acordo com a especialista Valentina Cotrim, hábitos de vida saudáveis e algumas medidas protetivas favorecem a saúde reprodutiva e podem aumentar as chances de uma gravidez natural. “Não fumar, dormir bem, manter-se no peso adequado, evitar consumo excessivo de bebida alcoólica, controlar o estresse e a ansiedade, praticar atividade física regular, ter uma alimentação saudável, e ter uma frequência de três relações sexuais por semana são recomendações que favorecem a condição de fertilidade dos dois sexos”, afirma. >
O comportamento sexual seguro é outro fator importante para preservar a condição reprodutiva. “As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's) podem causar danos ao aparelho reprodutor da mulher e do homem e são algumas das causas mais comuns de infertilidade”, esclarece a especialista.>
“Os exames e consultas de rotina com ginecologista e urologista também são essenciais para acompanhar a condição de saúde reprodutiva e reduzir o risco de problemas que, se não tratados precocemente, podem evoluir para a infertilidade”, finaliza.>