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Enterro de padre morto em desabamento de marquise é marcado por choro e comoção de fiéis

Padre Carlos Augusto morreu no último sábado, aos 45 anos

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 17:17

Enterro do padre Carlos Augusto da Cruz Silva
Enterro do padre Carlos Augusto da Cruz Silva Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Foi uma manhã de comoção no Cemitério Campo Santo para o enterro do padre Carlos Augusto da Cruz Silva, morto no último sábado (8) após o desabamento de uma marquise no bairro da Mata Escura, em Salvador. Centenas de pessoas, entre amigos parentes e fiéis prestaram suas últimas homenagens ao religioso.

O momento foi marcado por muita emoção daqueles que conviveram com padre Augusto durante os seus 23 anos de serviço a Igreja Católica. A cerimônia contou com a presença de fiéis de todas as paróquias representadas pelo padre durante os 15 anos em que se dedicou ao cargo de pároco. Não eram poucas as pessoas em prantos e inconsoláveis com a tragédia.

Enterro do padre Carlos Augusto da Cruz Silva por Arisson Marinho/CORREIO

A última igreja onde atuou foi a Paróquia Santos Cosme e Damião, na Liberdade, na qual completaria nove meses de serviço. Antes do enterro, o local recebeu uma missa de corpo presente, presidida pelo cardeal Dom Sérgio da Rocha. O encerramento foi marcado por um coro de agradecimento dos fiéis, seguido por uma longa salva de palmas.

“Ele acolheu e foi acolhido pela comunidade. Foram meses muito intensos, nos quais ele levou seu jeito dinâmico, alegre e acolhedor, principalmente com a juventude. Ele foi como um cometa, que passou por pouco tempo na nossa paróquia, mas deixou um grande rastro de luz”, falou Danilo João Brito, 45 anos.

Membro do Terço dos Homens e dos Guardiões de São Cosme e São Damião, Danilo lembra que o religioso esteve no sábado na igreja, onde realizou um batismo, deu uma palavra de apoio para um grupo de jovens que se preparavam para a cerimônia de crisma e seguiu para a Mata Escura, onde celebrou a primeira eucaristia de sua sobrinha e foi para o imóvel onde ocorreu o acidente.

A proximidade com os jovens é apontada como o grande marco do trabalho feito pelo padre Augusto nas paróquias que presidiu. Frequentador da Paróquia Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, localizada na Mata Escura, onde o religioso ficou por nove anos, Jorge Ferreira Cerqueira, 60, lembra do convivio com Carlos Augusto.

“Ele fez muito para a nossa comunidade. Abraçava todos os jovens e os trazia para a igreja, além de sempre estar próximo dos idosos. Era uma pessoa muito amável e gostava de ter todo mundo perto. Tem uma frase que marcou a vida dele e de todos nós que é ‘Coragem para ir em frente. Nada é fácil na vida, mas tenha coragem”, disse.

Além de exercer o papel de pároco na Paróquia Santos Cosme e Damião, ele também atuava como Vigário Episcopal para o Serviço da Caridade, diretor financeiro da Ação Social Arquidiocesana (ASA) e coordenador da Pastoral do Menor em nível regional (NE3). Carlos Augusto também já atuou como pároco na Paróquia São Francisco de Assis, no bairro Alto de Coutos.

O diácono Gilson Lopes conheceu o padre Carlos Augusto durante a formação do religioso na Paróquia Divino Espírito Santo, no Vale dos Lagos. A relação continuou nos anos seguintes e os sacerdotes serviram juntos durante o período em que Gilson ficou na Paróquia Nossa Senhora do Perpetuo Socorro. Ele também lembra que o padre Augusto fazia pastoral na sua cidade natal, Sapeaçi, sendo acolhido na casa de suas primas.

“Um homem muito zeloso, muito inteligente. Todas as paróquias onde ele passou, ele fez crescer. Não só em relação à atração do povo, como também na conservação do patrimônio. Tinha um carinho grande com a juventude e deixa um legado de que é muito bom seguir o Cristo e servir a Ele pela igreja”, lembra.

Três pessoas morreram no desabamento por Arisson Marinho/CORREIO

Relembre o caso

O acidente deixou três mortos e dez feridos, segundo informações da Defesa Civil de Salvador (Codesal) e da Polícia Civil. Além do sacerdote, também morreram duas mulheres, Darcy Anunciação, de 70 anos, e Arilma dos Santos, de 50. Darcy chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O enterro de Darcy ocorreu no último domingo, no Cemitério Campo Santo. Já Arilma foi sepultada na tarde de segunda-feira, no Cemitério Bosque da Paz.

Em nota, a Arquidiocese de Salvador lamentou a perda e destacou o legado de fé, caridade e dedicação do padre. “Recordamos, com gratidão, o testemunho de dedicação e amor à Igreja que o padre Carlos Augusto sempre demonstrou em seu ministério sacerdotal, especialmente no serviço aos pobres e na animação pastoral da caridade em nossa Arquidiocese.”