Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Monique Lobo
Publicado em 8 de maio de 2025 às 22:14
Eleito nesta quinta-feira (8), o cardeal estadunidense naturalizado peruano, Robert Prevost, assumiu o comando da Igreja Católica como papa Leão 14. O primeiro pontífice agostiniano da Santa Sé, o novo papa se aproxima do antecessor, papa Francisco, na preocupação com os pobres e imigrantes. Mas, se afasta em assuntos como diversidade de gênero. >
Sem associação com as alas conservadoras ou progressistas da igreja, foi considerado como alguém capaz de fazer "pontes" entre grupos polarizados. Mas, qual será a opinião do novo papa em temas mais sensíveis ou polêmicos. Veja quais são as posição do novo pontífice nessas questões.>
Benção à comunidade LGBTQIAPN+>
Apesar de não ter feito uma menção direta aos direitos da população LGBTQIA+ ou à benção a casais do mesmo sexo, Leão 14 defendeu que as conferências episcopais nacionais tenham autonomia sobre o tema e, em 2012, lamentou que a mídia ocidental promovesse "simpatia por crenças e práticas que estão em desacordo com o Evangelho". Sua crítica também se estendeu ao "estilo de vida homossexual" e às "famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos". Já bispo em Chiclayo, no Peru, se opôs a educação sexual nas escolas e à ideologia de gênero. >
Aborto>
Durante sua liderança no Dicastério, instituição particular da Cúria Romana, defendeu que fossem nomeados bispos aqueles que defendiam de maneira intransigente a vida desde a concepção até a morte natural. >
Ordenação de mulheres>
Leão 14 é crítico da ordenação de mulheres na igreja e já defendeu, em declarações à imprensa, que "'clericalizar mulheres'" não resolve necessariamente um problema, pode criar um novo problema". >
Acolhimento aos pobres>
Assim como papa Francisco, Leão 14 quer que a Santa Sé acolha os pobres. Ainda como cardeal, ele disse em entrevista ao Vatican News que “o bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino”. Segundo ele, o bispo deve “ser humilde, a estar próximo das pessoas a quem serve, a caminhar com elas, a sofrer com elas”.>
Imigrantes>
No início do ano, Leão 14 fez duras críticas ao vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, dizendo que ele estava "errado" quando falou que o amor cristão é primeiro a sua família, depois ao próximo, em seguida à comunidade, concidadãos e, por fim, o resto do mundo. "JD Vance está errado: Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros", disparou. Ele também questionou as medidas do presidente Donald Trump sobre imigração. Em uma postagem na rede social X escreveu: "Você não vê o sofrimento? Sua consciência não está perturbada? Como você consegue ficar quieto?".>
Pena de morte>
Em entrevista ao jornal peruano La República, o atual líder da Santa Sé se posicionou contra a pena de morte. "Na Igreja, ensinamos que a pena de morte é inaceitável, nem mesmo em um evento trágico. Precisamos buscar outras maneiras de buscar justiça", afirmou ao jornal. >
Castração química>
Quando questionado sobre o método de castração química para homens acusados de estupro, o papa Leão 14 considerou inviável a opção. "É um assunto amplamente discutido, mas nos países onde se usa a castração química, os resultados não são convincentes", avaliou também em entrevista a imprensa peruana.>
Mudanças climáticas>
Leão 14 já fez declarações pedindo uma postura mais dura da igreja em relação a devastação do planeta. Ele chegou a falar que o "domínio sobre a natureza” não deve ser “tirânico”.>
Polarização política>
O novo papa é crítico dos extremos políticos. Em sua crítica falou que “se tornou o modus operandi de uma sociedade que, em vez de buscar a unidade como princípio fundamental, vai de extremo a extremo”.>
Abuso sexuais>
Apesar de ter sido acusado de acobertar abusos de dois padres da Igreja do Peru, Leão 14 já falou publicamente que é responsabilidade da igreja “acompanhar as vítimas”. “Não podemos fechar os nossos corações, a porta da Igreja, às pessoas que sofreram abusos”, disse, em um apelo. Também se posicionou contra o silêncio sobre denúncias. "O silêncio não é a resposta. O silêncio não é a solução. Devemos ser transparentes e honestos, devemos acompanhar e ajudar as vítimas, porque, caso contrário, suas feridas jamais cicatrizarão”. >