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Monique Lobo
Publicado em 10 de agosto de 2025 às 20:04
Um detento fugiu, na manhã deste domingo (10), do Presídio de Salvador. De acordo com informações da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), o homem, que não foi identificado, trabalhava na manutenção da área perimetral da unidade, quando evadiu do complexo penal. >
Ainda segundo o órgão, quando foi constatada a fuga, equipes da polícia começaram a realizar vistorias na área de mata que cerca a penitenciária para tentar localizar o detento. "O batalhão de guardas da polícia militar, responsável pela segurança no perímetro, foi acionada e também está empenhada na recaptura", acrescentou a pasta na nota.>
A Seap revelou também que são rotineiras as atividades laborativas confiadas a alguns custodiados. Essa ação tem o objetivo de ressocializar o preso. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia foi procurada para comentar o caso e o que está sendo feito para a recaptura do fugitivo, mas ainda não respondeu. O espaço segue aberto. >
Mais uma fuga>
O número de detentos que fugiram dos presídios baianos só cresce. Em oito meses, já são quatro ações que culminaram com a fuga de 24 pessoas. O primeiro caso e mais grave deles aconteceu no dia 12 de dezembro de 2024, quando 16 presos escaparam do Conjunto Penal de Eunápolis. Apenas um deles foi localizado, mas acabou morto em um confronto com a polícia.>
Em 25 de junho deste ano, outros três detentos fugiram do Conjunto Penal de Feira de Santana e foram recapturados horas depois. Outros quatro fugiram do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, no dia 7 de julho. E agora, mais uma evasão, desta vez em Salvador. >
Para especialistas, as ocorrências evidenciam a crise que o sistema penitenciário baiano vive há décadas. “O sistema prisional baiano vivencia inúmeros problemas, dentre eles os principais são a deficitária e precária situação das unidades prisionais, assim como o número deficiente de policiais penais e agentes de ressocialização”, disse o advogado criminalista Vinicius Dantas, mestre em Segurança, Direito Penal e Direitos Humanos pela Universidade de Salamanca, da Espanha, em entrevista anterior ao CORREIO. >
Para ele, a “lentidão” para resolver a crise pode causar estragos maiores no futuro. “Não é de hoje que vivemos problemas com o sistema prisional aqui na Bahia. É certo dizer que as autoridades precisam tomar uma atitude urgente, logo não dará para se controlar o caos que vive o sistema prisional”, ressaltou.>