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Apoiar o celular no mindinho pode estar deixando sua mão torta, e isso pode ser irreversível

Fenômeno viral nas redes sociais levanta alerta sobre os efeitos físicos do uso prolongado do celular

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 20:46

Mexer no celular pode estar deformando a sua mão
Mexer no celular pode estar deformando a sua mão Crédito: Freepik

Apoiar o celular no dedo mindinho pode parecer inofensivo, mas esse hábito está virando alerta entre ortopedistas no mundo todo. Conhecido como “smartphone pinky”, o fenômeno vem sendo associado a calos, curvaturas e até dores persistentes na mão.

Apesar de não ser um diagnóstico médico oficial, especialistas alertam que a sobrecarga repetitiva nessa região pode levar a inflamações e limitações de movimento se o hábito não for corrigido.

Zuckerberg anunciou o Ray-Ban Stories, óculos inteligentes criados em parceria com a famosa marca Ray-Ban em 2021 por Meta Ray-Ban/Divulgação

Um termo que viralizou e acendeu um alerta 

O “dedo mindinho de smartphone” começou como uma piada nas redes sociais, mas rapidamente se tornou um fenômeno global.

No TikTok, a hashtag #smartphonepinky acumula milhões de visualizações, com usuários exibindo marcas e curvaturas na base do dedo após apoiar o celular por horas. Muitos relatam dor, dormência ou uma sensação permanente de “deformação”.

Desative anúncios personalizados para maior privacidade por YURI KADOBNOV / AFP

No X (antigo Twitter), publicações com relatos semelhantes também viralizaram, principalmente entre jovens que passam longos períodos no celular para estudar, trabalhar ou navegar nas redes. Os comentários se multiplicaram, revelando que o problema é mais comum do que parece.

A discussão, que começou de forma leve e até humorada, acabou despertando atenção de fisioterapeutas e ortopedistas. O alerta: a repetição desse movimento pode causar mais do que uma simples marca, pode desencadear problemas reais de saúde musculoesquelética.

O que é o "dedo mindinho de smartphone"? 

Apesar da popularidade do termo, “smartphone pinky” não é uma doença reconhecida oficialmente. Ele descreve as alterações visíveis ou sensações incômodas no dedo mindinho causadas pelo hábito de apoiar o peso do celular nessa região, especialmente em aparelhos grandes.

Na prática, isso significa uma pressão repetitiva sobre uma articulação pequena e delicada, capaz de causar calos, curvaturas leves ou até inflamações nos tecidos. Segundo especialistas, o problema não surge da noite para o dia, ele se desenvolve ao longo do tempo, com uso prolongado e sem pausas adequadas.

Embora a maioria dos casos não seja grave, a fisioterapeuta Luana Antunes, em entrevista ao Techtudo, alerta que “o apoio constante cria uma sobrecarga que pode gerar dor, perda de mobilidade e pequenas deformidades”.

O que dizem os especialistas?

Os médicos são unânimes em afirmar: o problema não está apenas no dedo mindinho, mas em todo o padrão de uso do celular. Segurar o aparelho com uma mão só e fazer movimentos repetitivos com o polegar, por exemplo, pode causar microtraumas em tendões, articulações e músculos.

Esses microtraumas, se não tratados, evoluem para inflamações mais sérias, como a tenossinovite, que afetam não só os dedos, mas também o punho e o antebraço. “Quando não damos intervalos ou não variamos a forma de uso, o risco de lesões por sobrecarga aumenta muito”, explica a especialista.

Usuários estão trocando smartphones por celulares. por Shutterstock

Ela reforça que hábitos simples, como segurar o celular de formas diferentes ou apoiar em superfícies, já fazem grande diferença. A atenção precoce evita dores crônicas e limitações de movimento.

Sinais de alerta para ficar de olho

Entre os sintomas mais comuns estão dor localizada, formigamento, dormência, rigidez e sensação de peso na mão. Alguns usuários relatam estalos ao movimentar os dedos ou uma dificuldade crescente em realizar tarefas simples, como digitar ou segurar objetos.

Esses sinais costumam aparecer após longas horas de uso contínuo, mas podem persistir mesmo em repouso se a sobrecarga for frequente. Ignorá-los, segundo especialistas, aumenta o risco de evolução para quadros inflamatórios mais sérios.

Buscar ajuda profissional ao perceber esses sinais é fundamental para evitar o agravamento da lesão. A fisioterapia preventiva e pequenas mudanças de hábito podem evitar tratamentos mais longos no futuro.

Como prevenir e proteger suas mãos

A boa notícia é que prevenir o smartphone pinky é simples. O primeiro passo é alternar as mãos e fazer pausas frequentes, mesmo curtas. Alongar os dedos e relaxar a mão a cada 20 ou 30 minutos já reduz bastante o risco.

Outra dica importante é usar acessórios ergonômicos, como pop sockets ou ring holders. Eles distribuem melhor o peso do celular e evitam que toda a carga recaia sobre o mindinho.

Além disso, o uso de comandos de voz ou apoios de mesa pode reduzir a necessidade de segurar o aparelho constantemente. “O suporte ajuda, mas a chave é variar a posição e dar descanso à mão”, reforça Luana Antunes.

Casos reais e comportamento virtual

Relatos de usuários com calos, marcas e até curvaturas permanentes no dedo se multiplicam nas redes sociais. Muitos deles admitem passar mais de 10 horas por dia no celular, o que intensifica o impacto nas articulações.

Fisioterapeutas relatam que o número de atendimentos relacionados a dores em mãos e punhos tem crescido, principalmente entre jovens adultos e estudantes. O fenômeno, que começou como meme, reflete mudanças reais no estilo de vida e nos padrões de comportamento digital.

Mais do que uma curiosidade da internet, o smartphone pinky mostra que o corpo responde ao uso intenso da tecnologia, e que prestar atenção aos sinais é essencial para evitar problemas maiores.

Outros efeitos físicos do uso excessivo do celular

O mindinho não é o único prejudicado pelo vício no celular. Condições como a tenossinovite, popularmente chamada de “dedo de celular”, afetam os tendões do polegar e podem causar dor intensa e limitação de movimento.

Outro problema comum é a text neck syndrome, ou síndrome do pescoço de texto, que surge da inclinação constante da cabeça para olhar a tela, sobrecarregando a coluna cervical e gerando dores no pescoço e nos ombros.

“Esses problemas, quando ignorados, tendem a se tornar crônicos”, alerta a especialista. Pequenos ajustes no uso do celular, aliados à ergonomia e pausas conscientes, são a melhor forma de prevenção.