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Agência Correio
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 20:46
Apoiar o celular no dedo mindinho pode parecer inofensivo, mas esse hábito está virando alerta entre ortopedistas no mundo todo. Conhecido como “smartphone pinky”, o fenômeno vem sendo associado a calos, curvaturas e até dores persistentes na mão. >
Apesar de não ser um diagnóstico médico oficial, especialistas alertam que a sobrecarga repetitiva nessa região pode levar a inflamações e limitações de movimento se o hábito não for corrigido. >
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O “dedo mindinho de smartphone” começou como uma piada nas redes sociais, mas rapidamente se tornou um fenômeno global. >
No TikTok, a hashtag #smartphonepinky acumula milhões de visualizações, com usuários exibindo marcas e curvaturas na base do dedo após apoiar o celular por horas. Muitos relatam dor, dormência ou uma sensação permanente de “deformação”.>
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No X (antigo Twitter), publicações com relatos semelhantes também viralizaram, principalmente entre jovens que passam longos períodos no celular para estudar, trabalhar ou navegar nas redes. Os comentários se multiplicaram, revelando que o problema é mais comum do que parece.>
A discussão, que começou de forma leve e até humorada, acabou despertando atenção de fisioterapeutas e ortopedistas. O alerta: a repetição desse movimento pode causar mais do que uma simples marca, pode desencadear problemas reais de saúde musculoesquelética.>
Apesar da popularidade do termo, “smartphone pinky” não é uma doença reconhecida oficialmente. Ele descreve as alterações visíveis ou sensações incômodas no dedo mindinho causadas pelo hábito de apoiar o peso do celular nessa região, especialmente em aparelhos grandes.>
Na prática, isso significa uma pressão repetitiva sobre uma articulação pequena e delicada, capaz de causar calos, curvaturas leves ou até inflamações nos tecidos. Segundo especialistas, o problema não surge da noite para o dia, ele se desenvolve ao longo do tempo, com uso prolongado e sem pausas adequadas.>
Embora a maioria dos casos não seja grave, a fisioterapeuta Luana Antunes, em entrevista ao Techtudo, alerta que “o apoio constante cria uma sobrecarga que pode gerar dor, perda de mobilidade e pequenas deformidades”.>
Os médicos são unânimes em afirmar: o problema não está apenas no dedo mindinho, mas em todo o padrão de uso do celular. Segurar o aparelho com uma mão só e fazer movimentos repetitivos com o polegar, por exemplo, pode causar microtraumas em tendões, articulações e músculos.>
Esses microtraumas, se não tratados, evoluem para inflamações mais sérias, como a tenossinovite, que afetam não só os dedos, mas também o punho e o antebraço. “Quando não damos intervalos ou não variamos a forma de uso, o risco de lesões por sobrecarga aumenta muito”, explica a especialista.>
Celulares
Ela reforça que hábitos simples, como segurar o celular de formas diferentes ou apoiar em superfícies, já fazem grande diferença. A atenção precoce evita dores crônicas e limitações de movimento. >
Entre os sintomas mais comuns estão dor localizada, formigamento, dormência, rigidez e sensação de peso na mão. Alguns usuários relatam estalos ao movimentar os dedos ou uma dificuldade crescente em realizar tarefas simples, como digitar ou segurar objetos.>
Esses sinais costumam aparecer após longas horas de uso contínuo, mas podem persistir mesmo em repouso se a sobrecarga for frequente. Ignorá-los, segundo especialistas, aumenta o risco de evolução para quadros inflamatórios mais sérios.>
Buscar ajuda profissional ao perceber esses sinais é fundamental para evitar o agravamento da lesão. A fisioterapia preventiva e pequenas mudanças de hábito podem evitar tratamentos mais longos no futuro. >
A boa notícia é que prevenir o smartphone pinky é simples. O primeiro passo é alternar as mãos e fazer pausas frequentes, mesmo curtas. Alongar os dedos e relaxar a mão a cada 20 ou 30 minutos já reduz bastante o risco.>
Outra dica importante é usar acessórios ergonômicos, como pop sockets ou ring holders. Eles distribuem melhor o peso do celular e evitam que toda a carga recaia sobre o mindinho.>
Além disso, o uso de comandos de voz ou apoios de mesa pode reduzir a necessidade de segurar o aparelho constantemente. “O suporte ajuda, mas a chave é variar a posição e dar descanso à mão”, reforça Luana Antunes.>
Relatos de usuários com calos, marcas e até curvaturas permanentes no dedo se multiplicam nas redes sociais. Muitos deles admitem passar mais de 10 horas por dia no celular, o que intensifica o impacto nas articulações.>
Fisioterapeutas relatam que o número de atendimentos relacionados a dores em mãos e punhos tem crescido, principalmente entre jovens adultos e estudantes. O fenômeno, que começou como meme, reflete mudanças reais no estilo de vida e nos padrões de comportamento digital.>
Mais do que uma curiosidade da internet, o smartphone pinky mostra que o corpo responde ao uso intenso da tecnologia, e que prestar atenção aos sinais é essencial para evitar problemas maiores.>
O mindinho não é o único prejudicado pelo vício no celular. Condições como a tenossinovite, popularmente chamada de “dedo de celular”, afetam os tendões do polegar e podem causar dor intensa e limitação de movimento.>
Outro problema comum é a text neck syndrome, ou síndrome do pescoço de texto, que surge da inclinação constante da cabeça para olhar a tela, sobrecarregando a coluna cervical e gerando dores no pescoço e nos ombros.>
“Esses problemas, quando ignorados, tendem a se tornar crônicos”, alerta a especialista. Pequenos ajustes no uso do celular, aliados à ergonomia e pausas conscientes, são a melhor forma de prevenção.>