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Agência Correio
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 17:00
A evidência de descargas elétricas no planeta vermelho, segundo matéria publicada no jornal O Globo, trouxe uma nova perspectiva sobre a atmosfera marciana ao revelar sinais inéditos de atividade elétrica no planeta. A confirmação desse fenômeno amplia o entendimento científico sobre os processos climáticos que ocorrem longe da Terra.
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A busca por respostas sobre o funcionamento de Marte sempre motivou pesquisadores, mas, até pouco tempo, a existência de descargas elétricas era apenas uma hipótese baseada em observações remotas.>
Terra está em constante mutação
Com o avanço dos instrumentos instalados em sondas e robôs, a ciência finalmente conseguiu registrar sinais concretos dessas faíscas que se formam durante tempestades de poeira, um componente essencial da meteorologia marciana.>
A descoberta só foi possível graças ao rover Perseverance, equipado com o instrumento SuperCam. Durante sua exploração, o robô registrou sons e sinais eletromagnéticos emitidos por redemoinhos de poeira e tempestades sazonais. >
Esses registros mostraram que as partículas em movimento acumulam carga elétrica, liberando pequenas faíscas quando a energia se desprende.>
Diferentemente dos raios terrestres, que dependem de nuvens carregadas de água e gelo, as descargas marcianas têm origem no atrito constante entre grãos de poeira. >
Esse processo é conhecido como triboeletricidade e ocorre quando partículas se esfregam umas nas outras, gerando acúmulos de energia que acabam liberados em forma de descargas rápidas.>
As descargas elétricas captadas em Marte são muito mais discretas do que os relâmpagos que vemos no céu da Terra. Elas se parecem com pequenas faíscas estáticas, liberadas em meio a redemoinhos intensos e tempestades de poeira que percorrem o solo marciano.>
Por causa da atmosfera rarefeita do planeta, boa parte desses eventos é quase inaudível. Mesmo assim, o microfone e os sensores do Perseverance conseguiram captar sinais claros, permitindo que os cientistas identificassem e confirmassem a atividade elétrica dentro desses fenômenos.>
A confirmação das descargas elétricas abre novas linhas de pesquisa sobre a dinâmica atmosférica de Marte. >
Uma delas está relacionada à formação de compostos altamente oxidantes, que podem influenciar tanto a superfície quanto a camada gasosa do planeta. Compreender esse processo é essencial para estudar a química marciana com mais precisão.>
Além disso, a eletricidade estática pode afetar equipamentos de futuras missões, interferindo em sistemas eletrônicos sensíveis. >
Conhecer esse comportamento com antecedência ajuda a desenvolver tecnologias mais resistentes, preparando o terreno para missões robóticas e, futuramente, tripuladas.>
Nos próximos anos, novas missões devem incluir sensores ainda mais sensíveis para medir campos elétricos e partículas carregadas. Com isso, será possível acompanhar a frequência e a intensidade das descargas ao longo das diferentes estações marcianas.>
Esses avanços permitirão que cientistas construam modelos atmosféricos mais completos, entendendo melhor como esses fenômenos se formam e como influenciam o clima local. >
A longo prazo, esse conhecimento será fundamental para futuras explorações e para o planejamento de possíveis assentamentos humanos no planeta.>