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Carol Neves
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 07:45
O artista César Romero, que faleceu nesta terça (7) em Salvador, escreveu por muitos anos como colunista do jornal CORREIO, tratando de temas ligados às artes, à estética e ao papel da cultura na sociedade. Em seus textos, Romero refletia sobre a criação artística com a mesma sensibilidade que aplicava à sua pintura - um olhar atento ao símbolo, à cor e à identidade visual da Bahia e do Brasil. >
Pintor desde 1967, Romero construiu uma trajetória marcada pela versatilidade. Participou de salões e exposições em diversas capitais brasileiras e também levou sua obra para o exterior, com destaque para a mostra Primitive Paintings from Bahia, em Washington (1973), e para as coletivas em cidades como Berlim, Barcelona e Lisboa, no início dos anos 1980.>
Veja obras de César Romero
Além da carreira nas artes visuais, foi designer gráfico e criador de logomarcas, capas de discos e projetos editoriais. Sua atuação como cronista ampliou ainda mais a influência de sua visão estética, levando para o público reflexões sobre o fazer artístico, a formação de novos talentos e os desafios da produção cultural.>
Membro da Association International des Arts Plastiques (AIAP) e da International Association of Art, da Unesco, recebeu em 1979 o título de Personalidade do Ano, Homem Destaque do Nordeste, e, em 2001, inaugurou uma grande exposição individual no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), onde também lançou um livro assinado pelo crítico Jacob Klintowitz.>
Em uma das análises mais emblemáticas sobre sua obra, a crítica Matilde Matos escreveu que “a arte de César Romero se baseia num constante processo de síntese em torno dos seus símbolos, criados não para mostrar os problemas espirituais do homem, mas como uma escrita particular para com ela dizer o que pensa deles e o modo como vivem hoje”.>
Essa mesma “escrita particular” se traduzia em suas colunas, textos que combinavam erudição e lirismo, humor e rigor estético, sempre com o desejo de fazer o leitor enxergar a arte como parte viva do cotidiano.O CORREIO relembra agora parte dessas colunas, que continuam atuais: >