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Heider Sacramento
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 10:27
A estreia de Meu Ayrton por Adriane Galisteu, novo documentário da HBO Max previsto para esta quinta-feira (6), reacende uma das histórias mais delicadas da vida do tricampeão Ayrton Senna. A apresentadora, que viveu um relacionamento de um ano e meio com o piloto, promete revelar detalhes íntimos e emoções que ficaram de fora de outras produções, mas afirma que não quer revanchismo com o lançamento da produção. >
Em entrevistas recentes, Galisteu explicou que sempre foi mantida à margem da vida pública do piloto e, principalmente, do seu funeral. “Não é uma resposta nem uma briga, é a minha história”, disse ela à imprensa.>
Entre os pontos mais lembrados do embate entre a família de Senna e Adriane Galisteu envolve o velório de Senna, em maio de 1994. Segundo Adriane, ela foi impedida de acompanhar o cortejo principal e identificada com um adesivo “A”, de “amigo”, enquanto familiares usavam o “F”, de “família”. O episódio foi interpretado por ela como um gesto de humilhação e exclusão.>
Velório de Ayrton Senna
Na época, rumores indicavam que a família Senna via o relacionamento com desconfiança e teria priorizado a presença de Xuxa Meneghel, ex-namorada do piloto, entre os convidados mais próximos. Galisteu relatou ainda que foi obrigada a deixar o cemitério em um ônibus, longe do grupo familiar que seguia em carros oficiais.>
A revista Veja relembrou que o afastamento começou ainda nos últimos meses de vida de Senna, quando o casal vivia entre compromissos internacionais. Segundo Galisteu, faltou convivência com a família. “Eu não estava no circuito social que eles esperavam, e nunca houve abertura para isso”, afirmou.>
Rumores apontam que por questões de imagem e protocolo, o nome de Adriane foi apagado de muitas homenagens ao piloto. Na minissérie Senna, da Netflix, lançada em 2024 com o apoio da família, sua personagem aparece por menos de dois minutos, enquanto Xuxa ganhou destaque em um episódio inteiro.>
Em Meu Ayrton por Adriane Galisteu, a apresentadora propõe uma releitura do mito Ayrton Senna, mostrando o lado humano do ídolo fora das pistas. “Todo mundo conhece o herói de capacete. Eu vivi o homem sem o capacete”, afirma. >
A família Senna não se pronunciou oficialmente sobre a nova série produzida pela apresentadora. Desde a morte do piloto, mantém o controle sobre a imagem do atleta por meio do Instituto Ayrton Senna e de produções autorizadas. Nos bastidores, o desconforto com a exposição de Galisteu ainda seria evidente.>
Mais de 30 anos depois, a história entre os dois segue dividindo opiniões: de um lado, os que veem em Galisteu uma mulher injustiçada; de outro, os que defendem a preservação da versão familiar do legado do maior ídolo da Fórmula 1 brasileira.>