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A novela que chocou o Brasil e foi apagada do acervo da Globo; entenda

Exibida em 1980, novela causou polêmica ao abordar temas considerados tabus na época

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 14:00

Vera Fischer em 'Coração Alado'
Vera Fischer em 'Coração Alado' Crédito: Reprodução/TV Globo

Exibida há 45 anos, Coração Alado é lembrada como uma das novelas mais ousadas e polêmicas já produzidas pela Globo. Escrita por Janete Clair, a trama foi ao ar em 1980 e escandalizou o público da época ao exibir cenas que envolviam estupro e masturbação, temas até então praticamente proibidos na televisão brasileira. O impacto foi tão grande que a emissora decidiu apagar parte das fitas originais, tornando o folhetim um dos mais “misteriosos” de seu acervo.

A história girava em torno de Juca Pitanga (Tarcísio Meira), um artista plástico nordestino que se muda para o Rio de Janeiro em busca de sucesso. Lá, ele se envolve em um triângulo amoroso com Catucha (Débora Duarte) e Vivian (Vera Fischer), que acabaria protagonizando uma das sequências mais controversas da teledramaturgia brasileira.

No meio da trama, o público foi surpreendido por uma cena em que Vivian é violentada pelo cunhado Leandro (Ney Latorraca) durante uma viagem. A sequência causou enorme repercussão e dividiu opiniões. Na história, a personagem engravida e passa a viver um drama ao não saber se o filho seria de Leandro ou de Juca.

Cauã Reymond e Bella Campos por Reprodução/TV Globo

Janete Clair chegou a explicar, em entrevista à época, que a ideia da cena surgiu a partir de uma carta real enviada por uma telespectadora anos antes. “Era uma história triste, mas muito humana. Decidi usar na novela porque trazia um dilema forte, que mudava o rumo da personagem”, declarou.

Críticos, no entanto, não pouparam comentários. No Jornal do Brasil, a jornalista Maria Helena Dutra ironizou a sequência, afirmando que a cena “soaria verossímil se não fosse pela diferença física entre os atores”, descrevendo Vera Fischer como “forte demais para uma vítima indefesa”.

Como se não bastasse a polêmica anterior, outra sequência de Coração Alado voltou a provocar reações intensas. Em uma cena envolvendo a personagem Catucha, foi sugerida uma masturbação, algo inédito na TV aberta da época. O episódio ficou ainda mais constrangedor porque um áudio de bastidores, com instruções do diretor Roberto Talma para Débora Duarte, acabou sendo transmitido junto à cena.

Vera Fischer em 'Coração Alado' por Reprodução/TV Globo

O escândalo foi imediato. Pouco depois, a Globo determinou que o capítulo fosse removido do arquivo e apagado definitivamente, junto com várias outras gravações da novela.

Apesar de ter recuperado a audiência após um início difícil, Coração Alado se tornou um assunto delicado dentro da emissora. A Globo nunca reprisou a trama e, segundo registros, destruiu grande parte das fitas originais, restando apenas seis capítulos completos, preservados por projetos de restauração.

Esses capítulos, os dois primeiros, dois do meio e dois finais, foram digitalizados e incluídos no Projeto Resgate do Globoplay em 2024, permitindo que o público tivesse um vislumbre de uma novela que ousou demais para sua época.

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