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Agência Correio
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 12:00
A imagem do peixe como um pilar da alimentação saudável, leve e repleta de benefícios para a saúde do coração e do cérebro, é amplamente aceita pelo público consumidor. >
Contudo, essa simplificação deve ser vista com a máxima cautela, pois algumas espécies populares acabam sendo portadoras de substâncias prejudiciais, como o mercúrio e outras toxinas ambientais, que se acumulam ao longo do tempo de vida do animal.>
Preparos do peixe
O risco para o organismo humano não está em uma única ingestão, mas sim no consumo frequente e repetitivo desses peixes contaminados, o que pode causar danos neurológicos e cardiovasculares silenciosos e cumulativos ao longo do tempo. É fundamental que os consumidores estejam cientes desses perigos. Alguns peixes podem representar riscos para a saúde.
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Portanto, é crucial identificar as espécies que exigem moderação, sendo o cação, peixe-espada, atum, pescada grande, badejo, garoupa e dourado-do-mar os exemplos mais notórios.
>Eles demonstram o elo direto entre a vida longa e o hábito de serem predadores e a subsequente contaminação por metais pesados. A regra geral é que peixes maiores e mais velhos têm maior potencial de concentração de metais pesados.
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O peixe-espada, ou espadarte, é um exemplo claro de peixe grande e longevo que acumula alto teor de mercúrio, representando riscos sérios ao sistema cardiovascular e ao cérebro, sendo totalmente proibido para gestantes. No mesmo grupo de gigantes está o atum, um peixe muito popular, especialmente o atum-rabilho, que é uma espécie maior e que concentra níveis elevados de mercúrio em seus tecidos.
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Embora o atum seja rico em ômega-3 e proteínas essenciais, o consumo excessivo e sem a devida variação pode acabar anulando os seus benefícios. Por isso, alternar o atum com peixes menores é considerado mais seguro. A pescada, geralmente vista como leve e saudável, também exige cautela no caso da pescada grande, pois seu tamanho e idade avançada influenciam o acúmulo de metais pesados.
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Quando consumida ocasionalmente, a pescada grande não costuma ser um problema, mas o consumo frequente representa riscos. Peixes menores da mesma família tendem a ser mais seguros para a ingestão regular. A correlação entre o porte do peixe e a quantidade de toxinas que ele armazena é um fator decisivo na hora da escolha alimentar consciente, protegendo o organismo de danos cumulativos.
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O cação, sendo um peixe de topo da cadeia alimentar e frequentemente vendido como carne de tubarão, acumula altos níveis de mercúrio, o que pode prejudicar o sistema nervoso e o desenvolvimento neurológico. Essa substituição no comércio dificulta o controle da origem e da qualidade. Por
>sua vez, o badejo, um peixe predador popular em restaurantes, possui maior chance de concentração de mercúrio, e seu consumo frequente pode ser prejudicial a longo prazo.
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A recomendação clara para o badejo é alternar sua ingestão com espécies de ciclo de vida mais curto e de menor porte. A garoupa, valorizada pela carne, também é longeva e acumula contaminantes do ambiente marinho, podendo impactar a saúde neurológica, sendo ainda uma espécie que gera preocupação ambiental, pois é frequentemente ameaçada pela pesca predatória.
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O dourado-do-mar, outro peixe predador consumido em certas regiões do Brasil, também acumula mercúrio ao longo da vida, e o risco está ligado ao consumo constante, sem diversidade alimentar. Portanto, a moderação é a chave para incluir estes sete peixes na dieta sem comprometer a saúde a longo prazo e aproveitar os benefícios da alimentação marinha.
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