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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 14:00
Todo fim de ano, o mundo cristão celebra o nascimento de Jesus em 25 de dezembro. Mas você já parou para se perguntar: essa data aparece mesmo na Bíblia? A resposta é simples: não.>
Nenhum dos quatro evangelhos indica o dia ou o mês em que Jesus nasceu. Os únicos textos que falam de sua infância são Mateus e Lucas, escritos décadas depois da morte de Cristo, e mesmo assim com informações que não batem entre si.>
Mateus associa o nascimento ao reinado de Herodes, o Grande, que morreu em 4 a.C. Já Lucas liga o episódio a um censo romano comandado por Quirino, ocorrido apenas em 6 d.C. Ou seja: há uma diferença de pelo menos dez anos entre as duas versões.>
Para historiadores, a conta que faz mais sentido é a de Mateus, o que colocaria o nascimento de Jesus por volta de 4 a.C., ironicamente, antes do “ano 1” do calendário cristão. Esse erro veio séculos depois, quando o monge Dionísio, o Magro, tentou calcular a data e acabou errando nos números.>
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A escolha não veio dos evangelhos, mas da política religiosa do Império Romano. No século 4, quando o cristianismo se tornou a religião oficial, a Igreja decidiu “cristianizar” festas pagãs já populares. Uma delas era a celebração do Sol Invicto, comemorada justamente em 25 de dezembro, data ligada ao solstício de inverno.>
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Ao associar Jesus à “luz que vence as trevas”, a Igreja facilitou a conversão de povos pagãos e consolidou o Natal como o conhecemos hoje, com troca de presentes, enfeites e celebrações familiares, heranças diretas dessas festas antigas.>
Em resumo: não sabemos o dia exato em que Jesus nasceu. O que se comemora no Natal é menos uma data histórica e mais um símbolo de fé, tradição e significado espiritual que atravessou séculos.>