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Fernanda Varela
Publicado em 18 de outubro de 2025 às 08:30
Um crime ocorrido há mais de dez anos em Dakota do Sul, nos Estados Unidos, voltou a repercutir nas redes sociais. A história de Carl V. Ericsson, que matou o ex-colega de escola Norman Johnson por vingança de um trote sofrido há mais de meio século, viralizou novamente e reacendeu discussões sobre os efeitos psicológicos de humilhações antigas.>
Homem espera 50 anos para se vingar de colega que o humilhou na escola
O crime aconteceu em janeiro de 2012, na cidade de Madison, em Dakota do Sul. Ericsson, então com 73 anos, foi até a casa de Johnson, de 72, tocou a campainha, confirmou o nome da vítima e disparou duas vezes em seu rosto. Johnson, professor e treinador aposentado da Madison High School, morreu na hora.>
Durante o julgamento, Ericsson confessou o crime e disse que o motivo foi um trote ocorrido na adolescência. Segundo o depoimento, Johnson colocou um equipamento esportivo sobre sua cabeça, em público, no vestiário da escola, provocando risadas dos colegas. O autor afirmou que o constrangimento o perseguiu por toda a vida e que nunca conseguiu esquecer o episódio.>
A investigação apontou que os dois não mantinham contato desde o fim do ensino médio, mas Ericsson carregava ressentimentos antigos. Após o assassinato, ele se declarou culpado, mas alegou sofrer de transtornos mentais. A Justiça aceitou a confissão e o condenou à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional. Um laudo psiquiátrico anexado ao processo indicou que ele apresentava depressão grave e ansiedade recorrente.>
Durante a audiência, o promotor Christopher Giles afirmou que o crime chocou a comunidade de Madison, uma cidade pequena e com baixos índices de violência. Moradores relataram surpresa com o caso e disseram que Johnson era conhecido como um professor dedicado e respeitado por ex-alunos.>
A filha da vítima, Beth Johnson, declarou em tribunal que Ericsson “foi ciumento do meu pai a vida inteira” e que a morte causou uma perda irreparável para a família. Segundo os autos, o réu expressou arrependimento, dizendo que desejava “voltar no tempo”, mas o juiz manteve a pena integral.>
Na época, jornais como o Los Angeles Times e a CBS News destacaram que Ericsson havia trabalhado na área de seguros durante a vida adulta e vivia sozinho em Watertown, cidade vizinha a Madison. O episódio, considerado um dos crimes mais incomuns do estado, passou a ser citado em estudos de psicologia criminal nos Estados Unidos como exemplo de como humilhações e rancores não resolvidos podem evoluir para comportamentos violentos, mesmo depois de décadas.>
Com a viralização recente, o caso voltou a circular em redes como X (antigo Twitter), TikTok e Reddit, onde internautas resgataram trechos de reportagens antigas e questionaram até que ponto traumas do passado podem influenciar ações extremas na velhice.>