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Existe uma megacidade das aranhas debaixo dos nossos pés: cientistas descobrem a maior teia do mundo

Como a megacidade das aranhas cresceu em silêncio absoluto

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 21:00

Mega teia de aranha na Grécia
Mega teia de aranha na Grécia Crédito: Reprodução

Megacidade das aranhas é o nome dado à descoberta feita em uma caverna na fronteira entre Albânia e Grécia. No local, cientistas encontraram a maior teia já registrada, ocupando cerca de 106 m² e abrigando mais de 111 mil aranhas.

O estudo, publicado na revista Subterranean Biology, revelou uma comunidade formada por duas espécies que quase nunca convivem: Tegenaria domestica e Prinerigone vagans. Em um ambiente escuro e carregado de gás sulfídrico, essas aranhas criaram uma convivência que desafia o comportamento conhecido dessas espécies.

Mega teia de aranha na Grécia por Reprodução

A descoberta também chamou atenção pelas condições extremas da caverna. Mesmo sem luz, com ar tóxico e altas temperaturas, os pesquisadores encontraram um ecossistema subterrâneo estável. Esse cenário abriu novas perspectivas para entender como algumas espécies conseguem se adaptar a ambientes considerados hostis, mostrando que a vida se ajusta mesmo diante de desafios severos.

Um ecossistema movido pela química

A Caverna de Enxofre, onde a megacidade foi encontrada, se formou pela ação de ácido sulfúrico sobre rochas calcárias ao longo de milênios. Suas paredes abrigam níveis de sulfeto de hidrogênio normalmente letais, mas tolerados pela comunidade local. A temperatura constante em torno de 26 °C contribui para manter o ambiente peculiar.

O mais surpreendente é que a base alimentar não vem da luz, mas de bactérias que produzem energia a partir do enxofre. Elas criam biofilmes nas rochas que alimentam os mosquitos da caverna. As aranhas se alimentam desses insetos, formando um sistema fechado e autossustentável. Toda essa dinâmica funciona como um pequeno mundo isolado da superfície.

Convivência incomum entre espécies

Um dos achados mais curiosos é que as duas espécies vivem juntas sem que uma predasse a outra. Em condições normais, Tegenaria domestica atacaria a menor Prinerigone vagans, mas na escuridão total esse comportamento parece reduzido. A falta de visão pode diminuir o impulso predatório, permitindo que ambas dividam o mesmo espaço.

Análises genéticas revelaram mutações exclusivas das aranhas da caverna, indicando adaptação ao ambiente subterrâneo. Essas alterações sugerem que a colônia está ali há muito tempo e desenvolveu características próprias para sobreviver a condições tão extremas.

Uma teia em constante transformação

A megacidade é formada por milhares de pequenas teias conectadas, criando uma estrutura que recobre as paredes como um grande tecido vivo. Com o tempo, partes antigas se desprendem devido ao peso, enquanto novas camadas são produzidas. Esse ciclo mantém a colônia ativa e ajustada ao fluxo de mosquitos.

Essa dinâmica mostra que a comunidade evolui continuamente, moldando sua estrutura conforme os recursos disponíveis. Os pesquisadores reforçam a importância de preservar a caverna, já que sua localização e composição química a tornam vulnerável. Proteger essa área é essencial para garantir a sobrevivência de um dos ecossistemas subterrâneos mais singulares já estudados.